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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Bacia Sergipe-Alagoas tem de entrar na ‘fila do pré-sal’

Bacia Sergipe-Alagoas tem de entrar na ‘fila do pré-sal’


A mais promissora fronteira de exploração de petróleo depois de Campos e Santos terá de esperar até oito anos pelo início da produção nas descobertas registradas este ano
Rio de Janeiro – A Bacia de Sergipe-Alagoas, a mais promissora fronteira de exploração de petróleo depois de Campos e Santos, terá de esperar entre sete e oito anos pelo início da produção nas cinco descobertas registradas este ano. Terá de “entrar na fila de espera do pré-sal”, como respondeu o Ministério das Minas e Energia a um pedido do governo de Sergipe.
O governador Marcelo Déda (PT) tentou antecipar o início da produção dos poços, em reunião há pouco mais de um mês com o ministro Edison Lobão e o secretário de Petróleo e Gás do ministério, Marco Antônio Almeida. A resposta foi que, por falta de equipamentos, principalmente plataformas, o Estado terá de esperar até 2020 para começar a extrair o óleo leve (de maior valor comercial) das descobertas recentes da região.
“Falta espaço nos estaleiros nacionais para dar conta das demandas de Sergipe”, disse o assessor econômico de Déda, Ricardo Lacerda. E por causa da exigência de fabricação dos equipamentos no Brasil não é possível recorrer ao afretamento das plataformas no mercado externo.
Animado com as sucessivas descobertas no litoral de Sergipe, o governo local considerou que o Estado seria uma prioridade para a Petrobras, contou Lacerda. Déda ficou entusiasmado com a possibilidade de encorpar o orçamento atraindo novos investidores e com os royalties do petróleo, hoje, praticamente restritos à produção em terra.
A Petrobras negou que haja limitações para produzir em Sergipe-Alagoas. Em nota, afirma que “no momento em que esse potencial (da bacia) estiver delimitado, a companhia decidirá sobre o melhor projeto para o desenvolvimento da produção dos campos descobertos”.
Fonte: Fernanda Nunes, do 
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América do Sul descobriu 100 bilhões de barris de petróleo na última década

Além do Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai descobriram novas reservas; desafio é exploração
17/12/2012
Brasil, Argentina - Na última década, foram descobertas reservas estimadas em cerca de 100 bilhões de barris de petróleo na América do Sul, levando especialistas a acreditar que a região pode se tornar autossuficiente no setor.
 
O dado é do diretor executivo da Associação Latino-Americana de Integração Petroleira (ALIP), o engenheiro de petróleo Nicolás Honorato. A ALIP foi criada em 2009 para atender à crescente demanda de profissionais do ramo e para a troca de informações sobre o uso de tecnologia com o aumento das descobertas de petróleo na região.
 
"Quase todos os dias são anunciadas descobertas de petróleo na América Latina. E a América do Sul vive um momento histórico, porque além das descobertas convencionais surgiram o pré-sal, no Brasil, o gás de xisto, na Argentina, e o aumento impressionante de descobertas e produção de petróleo (convencional) na Colômbia", disse Honorato à BBC Brasil.
 
O grosso das novas reservas, 80%, vem do pré-sal brasileiro. Os restantes 20% estão nos subterrâneos de países como Colômbia, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Paraguai.
 
Autossuficiência
 
Na avaliação de Honorato, tais descobertas poderiam levar a região perto de se tornar autossuficiente.
 
Tal opinião é compartilhada pelo ex-secretário de Energia da Argentina, Daniel Montamat, e o ex-vice-ministro da Bolívia, Carlos Alberto López.
 
Além das descobertas de novos campos, eles também creditaram a previsão otimista à estabilidade econômica e política da região, apesar de anúncios recentes de nacionalização de empresas estrangeiras, como foi o caso da YPF, controlada pela espanhola Repsol, na Argentina.
 
Segundo Honorato, prova do potencial da região é o interesse recente demonstrado pelas empresas estrangeiras.
 
Para o especialista, muitas delas têm mirado a América do Sul já que a produção em outras regiões do planeta, como no Mar do Norte, está em queda.
 
"Todos os olhares do mundo petroleiro estão voltados para a América do Sul e para a América Latina em geral por ser uma das regiões que mais tem anunciado a descoberta de reservas estimadas de petróleo", destaca.
 
Para Honorato, grande parte do sucesso da região poderá vir do Brasil.
 
Segundo ele, caso as reservas do pré-sal brasileiro - estimadas por ele em 80 bilhões de barris de petróleo e pelo governo brasileiro entre 70 a 100 bilhões de barris - sejam realmente confirmadas, o Brasil passaria a ser o sexto país com as maiores reservas da matéria-prima no mundo, atrás de alguns países do Oriente Médio e da Venezuela.
 
Atualmente, o Brasil tem reservas estimadas em aproximadamente 13 bilhões de barris, de acordo com a agência de energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês), e ocupa a 14ª posição mundial.
 
Tecnologia
 
Para López, da Bolívia, o segredo da exploração do ouro negro está no uso da tecnologia cada vez mais avançada.
 
"A aplicação de novas técnicas e condições geopolíticas nos permitem dizer que ser uma região autossuficiente já não é mais apenas um desejo. Só não sabemos quando ocorrerá", afirmou.
 
Montamat concorda e diz acreditar que a tecnologia será "decisiva" para que a região passe a ser uma potência petroleira.
 
"A região como conjunto não é potência de petróleo e de gás porque as reservas ainda precisam ser desenvolvidas", explica.
 
"Mas a Venezuela, por exemplo, por si só, já tem mais reservas provadas do que a Arábia Saudita", acrescenta.
 
Dados de 2011 da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) indicam que a Venezuela possui reservas estimadas em 297,5 bilhões de barris, enquanto as da Arábia Saudita alcançariam 265,4 bilhões de barris.
 
Recentemente, lembraram os especialistas, Uruguai e Paraguai também anunciaram ter encontrado petróleo em seus territórios, apesar de o quadro ser ainda embrionário.
 
Estabilidade
 
Honorato também lembrou que a estabilidade política e econômica conquistada pela América do Sul nos últimos anos ajudou a atrair o interesse de empresas estrangeiras do ramo do petróleo e gás.
 
"Empresas, principalmente, da Europa e do Canadá estão se orientando para a América do Sul e este movimento começou antes do pré-sal", disse.
 
Apesar de ter mencionado o atraso nos leilões do pós-sal e do pré-sal no Brasil, Honorato afirmou que a situação hoje na região é muito mais favorável ao capital estrangeiro do que antigamente.
 
Um dos exemplos, segundo ele, foi a Lei do Petróleo no Brasil, que acabou com o monopólio da Petrobras e, assim, permitiu a exploração de campos por empresas estrangeiras.
 
Honorato mencionou também que, em 2005, a Colômbia mudou seu marco regulatório, despertando uma espécie de "corrida ao ouro negro" do país.
 
A expectativa é de que o país deixe de ser importador e passe a ser exportador de petróleo e, assim, como ocorre com a Venezuela e o Brasil, passe a desfrutar as maiores receitas geradas pelo combustível.
 
Segundo ele, o Equador também mudou seu marco regulatório e aumentou a chegada de investimentos no setor petroleiro.
 
Já o Peru, na sua avaliação, é um país que "ainda não decolou" e registra uma produção abaixo dos 50 mil barris diários. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 
 
 

Fonte: Estadão
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“Sem a engenharia a Petrobras não resiste”, diz Graça


Presidente da Petrobras recebeu o prêmio de engenheira do ano, em Belo Horizonte (MG)
Redação NNpetro 
A presidente da Petrobras, Graça Foster, foi eleita a Engenheira do Ano 2012 pela Sociedade Mineira de Engenheiros, em Belo Horizonte (MG). Na homenagem, Graça destacou a importância da engenharia dentro da estatal. “Precisamos dos advogados, economistas, geólogos, geofísicos, geoquímicos e administradores, entre tantos outros profissionais, mas sem a engenharia a Petrobras não resiste. É o coração da Petrobras, é o sangue da Companhia", disse.
Para a presidente da Petrobras, a escolha da profissão não poderia ter sido outra. "Tenho absoluta clareza, após 40 anos, de que não faria outra escolha. Sou uma engenheira. Um pouco economista, um pouco advogada, mas no centro do meu ser eu sou uma engenheira."
A medalha tem a finalidade de reconhecer o mérito dos profissionais de engenharia, por meio da premiação de um engenheiro que tenha se destacado, durante o ano, no exercício da profissão.
Graça recebeu a medalha das mãos do presidente da organização, Ailton, e do atual chanceler do prêmio, o presidente da Eletrobrás, José da Costa Neto. A presidente da Petrobras é mineira de Caratinga e integra há 32 anos o quadro de profissionais de carreira da Petrobras.
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O petróleo eterno



Não há maior patrimônio para uma nação do que a boa formação educacional e acadêmica de seu povo   
As imensas reservas de petróleo a serem prospectadas a partir de agora no Brasil, como ocorre com todas as jazidas desse combustível fóssil, irão esgotar-se um dia. No entanto, seu impacto sobre o desenvolvimento nacional será perene, a partir da decisão da presidenta Dilma Rousseff de conceder ao ensino todos os royalties e participações especiais arrecadados com as futuras concessões e 50% do Fundo Social integrado pelos recursos do pré-sal.

Não há exagero em afirmar que, em longo prazo, o país obterá ganhos ainda mais substantivos para seu desenvolvimento com o expressivo suporte financeiro à educação do que com a exploração e venda do petróleo e do gás propriamente ditas. Não há maior patrimônio para uma nação do que a boa formação educacional e acadêmica de seu povo. Hoje, por ainda não termos democratizado a qualidade do ensino básico gratuito e oacesso a boas universidades, estamos pagando um alto preço, na forma do chamado apagão profissional, com a carência de recursos humanos qualificados em várias áreas, para fazer frente à expansão de nossa economia.

É fundamental, portanto, que o Brasil saiba utilizar com eficácia e inteligência o vultoso montante financeiro que passará a contemplar a educação. Nesse sentido, uma das prioridades é a solução do maior problema do setor: a falta de incentivo aos professores, especialmente da Educação Básica, constituída pelo Ensino Fundamental e o Médio. Os seus salários, na média da realidade nacional, não são adequados.
Ademais, lhes faltam capacitação permanente e a respectiva avaliação periódica. Todos esses fatores têm impacto negativo na qualidade da educação ministrada às nossas crianças e jovens.
Por isso, o Brasil está muito aquém dos índices razoáveis de aproveitamento, como se pode observar numa síntese dos problemas que enfrentamos nesse campo tão decisivo: ocupamos o 53º lugar, num universo de 65 países listados pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da 7ª série em diante, coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); apesar das políticas públicas que incentivaram a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, mais de 700 mil  ainda estão fora da escola (IBGE); o analfabetismo pleno, mais o funcional, atinge cerca de 30% da população com m ais de 15 anos; 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização não conseguem ler e 20% dos jovens que concluem o Ensino Fundamental e que moram nas grandes cidades não dominam a leitura e a escrita (Todos pela Educação); e elevado número de jovens fora do Ensino Superior.

Não podemos perder a oportunidade histórica de solucionar definitivamente essas questões graves, que se constituem em dos indicadores que nos separam das nações desenvolvidas. Se fizermos isso com sucesso e bons resultados, o nosso petróleo será o único do planeta a ser eterno, pois irá constituir-se no combustível do conhecimento.

*Custodio Pereira é o diretor geral da Associação Santa Marcelina, Mantenedora dos Colégios e da Faculdade Santa Marcelina (FASM).
Fonte: Último Instante - Custodio Pereira
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Setor de petróleo e gás desconhece a palavra crise

Setor de petróleo e gás desconhece a palavra crise


Um setor em crescimento, para o qual não falta demanda e, importante, crédito acessível. Este foi o recado dado pelos participantes do seminário “Brasil em Perspectiva— Qualificar e Competir Petróleo & Gás”, promovido pelo grupo Ejesa, por meio do BRASIL ECONÔMICO e do jornal O Dia, que ocorreu na manhã de ontem em Porto Alegre, na sede Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Além de discutir os rumos do novo momento da indústria naval brasileira, a Petrobras ressaltou as vantagens do programa Progredir, que fomenta o surgimento de novos fornecedores para a execução das encomendas da companhia.
Publisher do BRASIL ECONÔMICO e mediador dos debates, Ricardo Galuppo resumiu o momento positivo que vive o setor. “É bom discutir óleo e gás no Brasil por que não se fala em crise.” Opinião compartilhada por quem vive as entranhas do negócio e é o agente motivador do crescimento: a Petrobras, cujas encomendas de navios e plataformas já provocaram um investimento de cerca de R$ 14 bilhões somente no polo naval de Rio Grande, no extremo sul do Rio Grande do Sul.
O gerente geral de Gestão Financeira de Projetos Especiais da Petrobras, Roberto Alfradique, apresentou o programa Progredir, que facilita o acesso ao crédito aos fornecedores ligados à estatal. Segundo as regras do programa, fornecedores de até quarto grau podem habilitar-se para obter crédito lastreado nos equipamentos ou serviços a serem prestados à companhia. “Temos necessidades contratuais de atingir as metas de conteúdo local em todos os projetos de exploração de petróleo e gás e a maior dificuldade para isso é a cadeia de fornecedores, que não tem acesso a um capital de giro competitivo. Para agir nesse problema, a área financeira da Petrobras criou o Progredir”, explica Alfradique.
Para os fornecedores que precisam adiantar parcelas de recebíveis da companhia, uma novidade. Era costume da Petrobras antecipar parcelas contratuais — pagas normalmente 30 dias após a entrega do bem ou serviço. Para isso, a estatal cobrava uma taxa de juros definida. “Achamos, no entanto, que este dinheiro deveria ser utilizado para furar poços e não para fazer operações financeiras. Não somos um banco para emprestar dinheiro a juros. Por isso criamos o Fundo de Investimento em Direitos Crediários do Progredir”, revela Alfradique. O piloto está em funcionamento desde setembro e, segundo as últimas contas, já liberou cerca de R$ 6 milhões em faturas antecipadas. Agora, ao invés de tomar antecipações com a Petrobras, os fornecedores diretos podem antecipar os recebíveis por meio de uma operação bancária, em condições mais competitivas.
Nas demais falas do seminário, o otimismo continuou sendo a tônica. Marcus Coester, presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), destacou o novo momento da indústria offshore gaúcha e revelou o planejamento para os próximos anos. Segundo ele, os principais objetivos a serem atingidos até 2014 são a conclusão dos estudos de viabilidade técnica no entorno da Lagoa dos Patos, para viabilizar mais empreendimentos, e a organização do arranjo produtivo local da indústria de petróleo, gás, naval e offshore. “Também pretendemos fazer uma divulgação mais eficiente do que estamos conquistando aqui no Sul, para compartilhar essas experiências com todo o setor”, afirma.
Já o coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás, Naval e Offshore da Fiergs, Oscar de Azevedo, demonstrou os caminhos para o crescimento da indústria gaúcha com o advento dos polos navais instalados no RS. E, para marcar a abundância revelada no evento, o Superintendente de Operações do Setor da Nova Economia do Badesul, Marcelo Perez, apresentou as possibilidades de obtenção de crédito na instituição. Atuando como operador dos recursos do BNDES, o Badesul tem opções para todos os tamanhos de empresas. “Não visamos lucro, pois somos uma agência de fomento. Por isso, temos dinheiro muito competitivo para financiar todos os elos da indústria oceânica”.
A indústria naval redesenha mapa o econômico do Rio Grande do Sul
Sem disfarçar a empolgação, o presidente da AGDI fala nesta entrevista sobre a atração de novos investimentos da indústria naval no Rio Grande do Sul e seus desafios decorrentes.
Qual é a situação atual da indústria naval e offshore no Rio Grande do Sul?
Passado o primeiro momento, depois dos investimentos iniciais e da instalação dos primeiros estaleiros na cidade de Rio Grande, enfrentamos a limitação territorial. Em Rio Grande, toda a área estava ocupada com os estaleiros existentes e com os terminais portuários. A solução foi aproveitar um outro recurso natural que temos: a Lagoa dos Patos e a hidrovia que existe nela. Com isso, pudemos fomentar polos navais ao longo de cidades muito distantes de Rio Grande, como Charqueadas, Triunfo e São Jerônimo. Aproveitamos a Lagoa e sua ligação com os rios Jacuí e Taquari para instalar unidades fabris, que produzem grandes peças e equipamentos usados nos estaleiros. O calado na área da hidrovia, no entanto, varia entre quatro e cinco metros, o que impossibilita a instalação de estaleiros. Para solucionar esse problema, utilizamos uma grande área ainda disponível no município de São José do Norte, que é separado de Rio Grande por um canal. Posso dizer, então, que o atual momento da indústria oceânica gaúcha ainda é de crescimento, de expansão.
A chegada de grandes investimentos do setor naval causou problemas sociais em algumas cidades brasileiras, como Macaé. Como o o estado pretende lidar com a questão?
Temos uma grande preocupação com isso. São José do Norte, por exemplo, é uma cidade de 25 mil habitantes que, há menos de 10 anos, não tinha acesso por asfalto. Sua economia ainda é primária, com agricultura, pesca e um pouco de silvicultura. Somente um dos estaleiros que está em vias de se instalar na cidade, o EBR, contratará cinco mil operários. É um crescimento muito vertiginoso e precisamos cuidar para que ele não seja caótico. Essa equação é complicada, mas sabemos que a resposta passa pela qualificação da mão de obra local. O Senai atua, em parceria com empresas e o governo, para qualificar a população. O próximo passo será o uso da área da antiga Zona de Processamento e Exportação, de Rio Grande, para montar um centro de profissionalização offshore, que entra em operação no ano que vem.
E nos demais polos? Como solucionar a questão?
A localização do polo naval do Jacuí favorece a contratação de mão de obra especializada, pois fica próxima à região metropolitana de Porto Alegre. Também fica mais próxima dos centros que já investiam, há muito, na qualificação de trabalhadores para indústrias metal-mecânicas, como a Serra Gaúcha. Mas isso não é suficiente, pois ainda estamos em fase de expansão. Por isso é tão importante a atuação, em parceria, das entidades como a Fiergs, junto com Senai e governos, para que as oportunidades geradas com nessa nova economia encontrem trabalhadores preparados.
Manteremos competitividade brasileira para enfrentar a indústria naval global no longo prazo?
Para ter um futuro competitivo, precisamos de uma boa estratégia, que preveja os movimentos do mercado e garanta a eficiência da nossa indústria. Já existem prospecções, como novos campos de exploração na costa da África do Sul, cuja formação geológica é muito semelhante à nossa área do pré-sal. O país também está promovendo a desoneração do setor, incentivos às indústrias e desenvolvimento de tecnologia. Também estamos nos preparando com novas regulamentações. Mas o certo é que se tivermos uma estratégia eficiente, nossa indústria naval poderá enfrentar a concorrência mundial no longo prazo.
E no curto prazo? Quais são os próximos passos?
Ainda há muito o que crescer. Já falamos da expansão em São José do Norte, onde serão edificados mais um ou dois estaleiros. No Polo do Jacuí, há muita área para o crescimento. E tem o desenvolvimento de setores que a gente nem imagina. Por exemplo: em Rio Grande ainda não existe uma lavanderia especializada para lavar os uniformes dos operários dos estaleiros, pois nunca havia sido necessário um serviço como este. Mas logo, logo, algum empresário vai se beneficiar dessa oportunidade. n P.L.
Parcerias para estimular a economia
Aproveitar o momento positivo para qualificar a indústria local, tornando-a habilitada para suprir as demandas geradas pelos grandes empreendimentos já instalados em solo gaúcho. Essa é a preocupação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), que trabalha para identificar as potencialidades dos polos industriais. Com uma atividade industrial tradicional consolidada, chegou a hora do estado reinventar sua capacidade produtiva para atender às novas demandas.
“Temos uma indústria tradicional, com destaque para setores como o moveleiro e o metal-mecânico. Nosso maior desafio é incentivar formas de integrar esse sistema produtivo às necessidades do setor offshore”, afirma Oscar de Azevedo, coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás, Naval e Offshore da Fiergs.
Os esforços das lideranças já surtiram efeitos. Depois que o polo naval de Rio Grande tornou-se uma realidade concreta, com a construção dos estaleiros e a entrega das primeiras plataformas petrolíferas, o interesse da indústria tradicional pela nova atividade cresceu.
Tanto que já há fornecimento para a cadeia de Petróleo e Gás por parte de indústrias gaúchas de automação, compressores, engenharia, equipamentos termomecânicos, módulos, entre outros. No entanto, ainda é preciso avançar.
Conteúdo regional
Ampliar o conteúdo regional, com o fortalecimento do arranjo produtivo local no Rio Grande do Sul, é o grande desafio da Fiergs, segundo Azevedo. Para isso, será necessário retomar a engenharia nacional, engajar as empresas em atividades de inovação e ampliar a base de empresas credenciadas para fornecimento ao Sistema Petrobras.
Para se ter uma ideia, em 2010 eram 50 empresas com o Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC). Em 2012, esse número saltou para 136.
Um dos caminhos encontrados pela Fiergs para qualificar e aumentar esse conteúdo regional passa pela educação. “Precisamos dar condições de expansão para os grandes empreendimentos como a Quip ou o futuro estaleiro EBR. Para isso, a capacitação profissional é indispensável”, ressalta Azevedo. O polo naval de Rio Grande, de acordo com a Fiergs, tem empregabilidade de 100% dos trabalhadores qualificados nos programas de capacitação.
No entanto, com a chegada de mais estaleiros e com o crescimento do restante da indústria, serão necessários mais trabalhadores qualificados.
Duas boas notícias foram destacadas por Azevedo. Uma delas é a implantação, na extinta Zona de Processamento e Exportação (ZPE) de Rio Grande, de um centro de profissionalização.
Outra é a intenção da Fiergs, por meio do Senai, de criar um instituto especializado na área de Petróleo e Gás na cidade de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. “Temos que utilizar a transversalidade e a inteligência dos Senais das regiões envolvidas para atender a esta demanda”, alerta.
Cultura do financiamento
Outro desafio identificado por Oscar de Azevedo é a cultura de muitas empresas gaúchas, que optam por não tomar financiamento e assumir o risco de investimentos com recursos próprios. Talvez seja essa a explicação para que a Região Sul tenha somente 7,4% do volume de recursos liberados pelo Programa Progredir em 2012. Considerando somente o Rio Grande do Sul, esse percentual cai para 4,4%.
Aumentar a competitividade das indústrias locais e credenciá-las como fornecedoras da cadeia offshore passará, segundo Azevedo, também pelo aumento na tomada de financiamentos. Programas como o Progredir e as linhas de crédito facilitadas, ofertadas por instituições como o Badesul, podem ser o começo da mudança dessa tradição.
Revolução na história dos gaúchos
Na manhã do dia 20 de setembro de 2007, enquanto nas ruas se comemorava a Revolução Farroupilha, uma outra revolução entrava pela barra da Lagoa dos Patos, na cidade de Rio Grande.
À medida que avançava, o casco do navio Settebello ia deixando promessas pelo caminho. Sobre ele seria construída, nos próximos meses, a P-53, primeira plataforma de petróleo montada no novíssimo pólo naval de Rio Grande. Assim começou a história da indústria naval do Rio Grande do Sul. Depois da chegada da P-53, entregue no final de 2008, outras plataformas já entraram em construção nos estaleiros. É o caso das P-55, já entregue, e P-58. O polo também produz os navios replicantes FPSOs que serão utilizados na exploração do pré-sal. A indústria se espraiou para outras cidades, fomentando a economia de toda a região. Além dos quatro estaleiros de Rio Grande, um quinto estaleiro está sendo projetado na cidade de São José do Norte. Até cidades distantes de Rio Grande, porém às margens dos rios Jacuí e Taquari e da Lagoa dos Patos estão participando desse novo momento da economia gaúcha.
Fonte: Brasil Econômico – Patrícia Lima, de Porto Alegre
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Rússia vende helicópteros para a Petrobras por US$200 mi

Rússia vende helicópteros para a Petrobras por US$200 miMOSCOU, 14 Dez – A Rússia vai vender até 14 helicópteros para a Petrobras, segundo um acordo firmado nesta sexta-feira entre o presidente russo e a presidente Dilma Rousseff.
Outrora uma grande produtora do setor de aviaçao civil, a Rússia quer retomar sua presença nesse mercado, mais de 20 anos após o colapso da União Europeia aleijar sua indústria e seu desenvolvimento tecnológico.
A Atlas Táxi Areo espera que o primeiro dos helicópteros Kamov-62 seja entregue em 2015, sob um acordo com a estatal Russian Helicopters avaliado em 200 milhões de dólares, disse o à Reuters Waldomiro Silva, diretor da Petrobras.
“Nós somos a primeira empresa do mundo e receber esse novo helicóptero”, disse Silva.
A Russian Helicopters, que disse em setembro que planejava uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no segundo trimestre de 2013, vai competir com fabricantes como Northrop Grumman, Finmeccanica, Boeing, a unidade Bell Helicopter da Textron e EADS.
No Brasil, o helicóptero será usado para transportar funcionários da Petrobras para plataformas costeiras, disse o presidente-executivo da Russian Helicopters, Dimitry Petrov, a jornalistas. Ele disse que a Atlas Táxi Aereo vai comprar sete helicópteros, com uma opção de comprar mais sete.
Fonte: Thomson Reuters (Reportagem de Alexei Anischchuck)
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