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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Petróleo deles e prejuízos nossos

Petróleo deles e prejuízos nossos


Enquanto as jazidas do pré-sal brasileiro não forem sugadas na quantidade esperada, mesmo com os altos índices de produção própria, nosso País seguirá sofrendo com mais intensidade os efeitos das oscilações do preço internacional do petróleo.
Em verdade, mesmo quando a produção sonhada estiver jorrando, as variações do preço global do produto seguirão interferindo no valor cobrado aos brasileiros, pois mesmo abundante, não se justifica o populismo econômico. Até porque estamos tratando de um bem não-renovável e cujo uso deve ser balizado pelos valores reais de mercado como forma de evitar desperdícios, depreciações e coisas do tipo.
Mais pressões se ajuntam sobre a Petrobras, fazendo com que os prejuízos da empresa se ampliem. O saldo negativo da estatal já alcança a estratosférica marca de R$ 14,6 bilhões, segundo as contas do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). O motivo desse vermelhão, repetimos, é a diferença entre os valores que a estatal paga pelos produtos no exterior e os de venda interna. Detalhando esse prejuízo, de janeiro a setembro deste ano o estrago é de R$ 11,1 bilhões para os negócios com óleo diesel, e R$ 3,5 bilhões para a venda de gasolina. E, a partir de agora, tende a aumentar.
O agora multiplicador desse dano à Petrobras é o tradicional aumento de preço do petróleo quando estouram guerras no Oriente Médio. O recrudescimento da beligerância entre Israel e os palestinos sitiados na Faixa de Gaza é o fator turbinante da hora. Ora, mas nem Gaza nem Israel produzem petróleo, poderia redarguir alguma voz desavisada. Verdade. Mas quando israelenses e palestinos entram em batalha aberta, todo o mundo árabe sente-se ameaçado, e responde com sua arma mais eficiente: o aumento do preço do petróleo.
Como a paz está cada dia mais distante das terras médias orientais e, além da matança em curso na Faixa de Gaza, as tensões sobre o Irã só aumentam, ulula a evidência de novos aumentos no preço internacional do óleo de pedra. E nós vamos pagar mais caro por esta conta brasileira que está sendo fechada errada desde antes.
Fonte: gazetaweb.globo.com
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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Temporada de caça ao petróleo brasileiro



Nos dias atuais, proliferam veículos, na mídia brasileira, que utilizam a desinformação. Como exemplo, surgem artigos, editoriais, notícias e entrevistas dizendo que ‘as rodadas de leilão de áreas para produzir petróleo devem ser realizadas’, ’a Petrobras não tem capacidade para explorar sozinha o Pré-Sal devido a suas limitações financeira, gerencial e tecnológica’ e, para ‘ajudar o Brasil’ a vencer essa dificuldade, ‘as empresas petrolíferas estrangeiras precisam ser convidadas’.

Nessas mensagens [afirmam que], para atraí-las, é necessário que as concessões do Pré-Sal sejam firmadas sob as regras da [dadivosa para estrangeiros] lei nº 9.478 [de FHC/PSDB/DEM], o que significa revogar no Congresso a lei 12.351 [de 2010], recém-aprovada, devolvendo o Pré-Sal à antiga lei 9.478 [de FHC].

Trata-se de arrogância sem igual, típica de quem se acha imbatível. Para tentar convencer os leitores ou espectadores, supondo todos desatentos, lançou-se mão de inverdades, acreditando que ninguém vai contestar um grande jornal, revista semanal, rádio ou televisão. Arquitetaram, com grande esmero, o que pode ser chamado de a “temporada de caça ao petróleo brasileiro”. Felizmente, existem alguns sites, blogs e veículos digitais que estão dispostos a conscientizar a população e publicam novos dados e análises.

Contudo, a mídia do capital, aquela que não prioriza a sociedade [nacional], às vezes comete erros, por partir do princípio de que o povo tem um baixo nível de compreensão política. Durante dez anos seguidos (de 1999 a 2008), existiram rodadas de leilões de áreas para exploração de petróleo. Nunca trouxeram para seus veículos uma voz que advogasse a não realização dessas rodadas. Em compensação, disseminaram matérias contando as supostas ’maravilhas das rodadas’. Os leitores ou espectadores atentos devem pensar: “Que estranho insistirem tanto em um mesmo ponto!”

Neste instante, eles querem ter acesso a algo, não necessariamente divergente, mas com diferente ângulo de visão, e não encontram, porque essas matérias só existem na imprensa alternativa. Mais cedo ou mais tarde, eles conhecerão os veículos livres, comprometidos com as causas sociais, e entenderão que a grande mídia é um braço camuflado do capital, principalmente o internacional.

Na atual temporada de caça ao nosso petróleo, inúmeras matérias de comunicação satisfazem, sem serem explícitas, aos interesses estrangeiros sobre nosso petróleo. Se fosse rebater cada material divulgado, este artigo iria ficar longo e cansativo; então, comento a seguir as principais acusações dos detratores.

Começo pela que diz que, “depois da descoberta do Pré-Sal, o Brasil, em vez de começar a exportar petróleo, está se distanciando da autossuficiência”. Para explicar o que ocorre, é preciso desenvolver um raciocínio preliminar.

A velocidade que o governo brasileiro impôs à exploração no setor de petróleo, com uma rodada de leilões por ano, de 1999 até 2008, foi do interesse único das empresas estrangeiras, que não têm petróleo em seus países de origem, e dos países desenvolvidos, que precisam do petróleo para mover suas economias. Se não forçassem a Petrobras a ter que participar de tantos leilões, mais recursos sobrariam para o desenvolvimento de campos e a autossuficiência estaria garantida há mais tempo. Por outro lado, em cada leilão que a Petrobras não participa e não ganha, há uma perda enorme para o país. Além disso, é preciso saber que, entre a declaração de comercialidade de um campo marítimo e o início da sua produção, são necessários, em média, cinco anos.

Entretanto, estamos hoje bem próximos da autossuficiência, o que não ocorreria, com absoluta certeza, se em 1953 [com Getúlio Vargas] o projeto de interesse das petrolíferas estrangeiras tivesse sido aprovado. No nosso país, hoje, não existiria a Petrobras e a produção nacional seria mínima. As empresas estrangeiras não iriam para a plataforma continental quando a Petrobras foi, em 1974, pois a lógica do capital as levaria para a Arábia Saudita, o Iraque, o Cazaquistão e outros lugares promissores para o petróleo, como de fato ocorreu. Também, certamente ninguém saberia, hoje, da existência do Pré-Sal.

É interessante que não se conta, para garantir a autossuficiência, com o petróleo produzido no país pelas empresas estrangeiras. De forma pouco soberana, raciocina-se que esse petróleo é delas e elas não têm a obrigação de abastecer o Brasil. Essa falta de lógica social é resguardada pela [antinacional] lei 9.478 de 1997 [de FHC/PSDB/DEM] e é parte do pensamento subserviente da década de 1990, que imaginava o Brasil como economia complementar à dos desenvolvidos, mero exportador de minerais e produtos agrícolas.

Como boas críticas neoliberais, as matérias lembram sempre “os prejuízos da Petrobras no segundo trimestre de 2012?. Ela teve prejuízo porque o governo determinou que segurasse o preço dos derivados, uma vez que os aumentos desses preços repercutem muito no índice de inflação. Não se pode beneficiar o cidadão brasileiro em detrimento dos dividendos maravilhosos que seriam dados aos acionistas? Não se pode fazer isso eternamente, mas, de vez em quando, se pode. Além disso, os acionistas [muitos estrangeiros] não vão ficar sem dividendos. Só não vão ter aqueles maravilhosos.

Acusam gratuitamente as mudanças do setor porque “modificaram o sistema de royalties”, fato catastrófico, porque desencadeou no Congresso disputa entre os parlamentares dos diferentes estados sobre a distribuição dos mesmos. É verdade que discutir o sistema de royalties foi catastrófico, mas o que os autores não percebem é que, mesmo que a lei 9.478 [de FHC] fosse utilizada para o Pré-Sal, os parlamentares iriam querer modificar seus artigos que estabelecem a distribuição dos royalties arrecadados. O que atraiu esses parlamentares a buscarem mudar essa distribuição foi a perspectiva de arrecadações milionárias desse tributo, quando o Pré-Sal entrasse em operação.

Criticam a lei 12.351 [de 2010] por atribuir à Petrobras participação obrigatória de 30% em cada consórcio e por essa empresa ser a operadora única dos novos contratos do Pré-Sal, determinações essas que “seriam desnecessárias”, além de outros adjetivos pesados. Assim, transmitem a visão que nos desejam impingir, a qual favorece as empresas estrangeiras.

A Petrobras ser a operadora dos consórcios é primordial, pois quem compra bens e serviços para as fases de exploração, desenvolvimento e produção é a operadora. E, dentre as empresas que atuam no Brasil, só a Petrobras compra aqui. As empresas estrangeiras ganharam áreas para explorar petróleo desde 1999 e, até hoje, 14 anos depois, nenhuma delas comprou uma plataforma no Brasil. Os 30% são explicados porque nenhuma empresa consegue ser a operadora com menos de 30% de participação no consórcio.

Criar nova empresa estatal para gerir o programa, que também é motivo de crítica, é na verdade muito importante para, dentre outros objetivos, fiscalizar as contas de todos os consórcios.

Finalizando, os autores invariavelmente criticam o governo por procurar “viabilizar uma exploração do Pré-Sal que visa satisfazer a sociedade”. Neste momento, dizem que “o governo tenta ressuscitar a ideologia nacionalista de outros tempos”.

Buscam impor o conceito de que “nacionalismo é ruim”. E trazem, como única crítica ao nacionalismo, o fato de ser “de outros tempos”. Além de ser um preconceito contra o velho, chega a ser engraçado, porque princípios liberais estão nos [antigos] textos de Adam Smith (1723-1790).

Aliás, seria bom reconhecermos que, graças ao nacionalismo, o Pré-Sal é nosso. Em primeiro lugar, porque o nacionalismo o descobriu. Em segundo lugar, porque foram visões nacionalistas de órgãos do governo brasileiro que lutaram para o estabelecimento da “Zona Econômica Exclusiva de 200 milhas”, onde se encontra mais de 90% do nosso Pré-Sal. E a conquistaram junto às Nações Unidas.”
Por Paulo Metri, no Democracia & Política
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Curso de Petróleo e gás é perda de tempo e dinheiro


Caros jovens amigos,
Gostaria de escrever este texto em forma de carta endereçada aos jovens desse país que estão perdendo tempo e dinheiro em cursos de Petróleo e Gás.Os cursos de Petróleo e Gás a que me refiro neste artigo, são os de nível médio ou que formam tecnólogos. Não me refiro aos cursos de especialização, pois nestes casos o indivíduo já será um profissoional e está apenas buscando um diferencial em relação a outros candidatos.
Este é o segundo artigo que escrevo para o site "Web Artigos". No primeiro chamado "O ROV na Indústria do Petróleo" falei sobre a importância da robótica submarina na pesquisa, exploração e produção do petróleo em águas profundas, no Brasil e no mundo.
Sou profissional offshore a vinte e dois anos, trabalhando na área de robótica submarina (ROV). Durante este tempo, trabalhando no Brasil e no exterior, aprendi o bastante para orientar jovens no ingresso nas carreiras de Petróleo e gás.
Tenho sido contactado por vários jovens que, após completar o curso de Petróleo e Gás, vêm me procurar pedindo orientação de como ingressar no mercado de trabalho. Estes novos cursos são de nível médio ou tecnólogos de nível superior. Neste momento já é tarde, perderam tempo e dinheiro.
Ocorre que estes jovens profissionais não possuem nenhuma formação específica exigida pelo mercado de trabalho na Indústria do Petróleo e gás. Muitos cursos sequer levam os estudantes para visitar uma plataforma.
Estes cursos são genéricos demais, dão uma visão genérica da pesquisa, exploração e produção do ouro negro, mas não especializam o estudante em nenhuma área de trabalho.Esses alunos melhor fariam se tivessem feito cursos de solda, plataformista, operador de rádio, hotelaria e cursos em áreas que realmente teriam aplicação prática na nossa indústria.
Você já viu algum anúncio nos jornais procurando técnicos ou tecnólogos de Petróleo e Gás? Nem a Petrobrás precisa desses profissionais. Pode ver os editais de concurso que vocês não verão a especialidade de Petróleo e Gás, isso nem é uma especialidade e sim um setor da Indústria.Quando você vê um anúncio pedindo um engenheiro de petróleo, ele está se referindo à engenheiros formados em outras áreas e que adquiriram especialização na escola da Petrobrás na Bahia, e/ou têm formação prática em plataformas.
É como se fizessem um curso para formar professores, ensinando somente a história da educação no Brasil e no Mundo. Neste caso não seriam ensinadas técnicas pedagógicas, psicologia infantil, métodos de pesquisa e tudo mais que um professor precisa para estar dentro de uma sala de aula.
O número de profissionais que a Indústria do Petróleo precisa para trazer o óleo e gás até o consumidor final, é muito grande. Esses profissionais são mecânicos, técnicos de eletrônica, mecatrônica, eletricidade, engenheiros nas mais diversas áreas de atuação, profissionais da área de segurança e meio ambiente, enfermeiros, operadores de rádio, profissionais de hotelaria etc. Existem também os profissionais de apoio em terra, como contadores, administradores, secretárias etc.
Essas são algumas das formações básicas que o mercado de trabalho exige para o ingresso do profissional na Industria do Petróleo. Quando se faz um curso de petróleo e gás, não se aprende nada específico que o mercado exige. São cursos teóricos que não serve de base para nenhum trabalho técnico ou operacional da cadeia produtiva do petróleo.
Na minha área específica, a robótica submarina, o candidato precisa ser formado em eletrônica, mecatrônica, mecânica, eletricidade e atividades afins. Somente depois de concluir um desses cursos, o profissional pode ingressar em uma empresa para aprender a trabalhar com ROV ou ainda fazer um curso de ROV em Macaé. A empresa RRC, consultoria e cursos, é uma das poucas escolas do Brasil na área de robótica submarina.
Para saber mais sobre ROV, pode-se ler o meu outro artigo neste site, chamado "O ROV na Indústria do Petróleo".
Neste artigo gostaria de fazer um alerta aos jovens e aos seus pais que, pensando em preparar seus filhos para entrar no grande mercado que se abrirá, devido a exploração do pré-sal, estão, na realidade, gastando tempo e dinheiro em um curso que não os levará a lugar nenhum.
Cheguei até a escrever uma carta ao Ministério da Educação sobre esse assunto, mas não tive nenhuma resposta. Decidi, portanto, usar a força da internet, para divulgar este alerta. Os donos de escolas e faculdades, têm dinheiro e enorme poder de lobby junto aos congressistas, logo não haverá interesse em alertar os nossos jovens de que estão perdendo tempo em vez de se prepararem em cursos que realmente os ajudarão no futuro.
Espero ter ajudado e me ponho à disposição para esclarecer dúvidas remanescentes.
Abraço a todos e boa sorte,
Marcos Valério Silva.

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Gás e Petróleo



São Paulo sediou, últimos dias, dois eventos importantes para a discussão das perspectivas no setor de energia. A Santos Offshore, maior evento no estado sobre o setor de petróleo e gás natural, evidenciou a crescente organização do setorprodutivo paulista para enfrentar os desafios da exploração do pré-sal na Bacia de Santos. São Paulo destaca-se pelo fornecimento de bens e serviços de alto valor agregado para o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva e vive a expectativa de ampliação desta participação.
A indústria no estado busca as condições de negócio adequadas para se estruturar e garantir o desenvolvimento dos setores de exploração e produção do petróleo e do gás. Do ponto de vista estratégico, a elaboração de uma cadeia de fornecedores capaz de garantir índices satisfatórios e crescentes de conteúdo local é fundamental para potencializar a internalização dos benefícios advindos da exploração dos recursos do petróleo.
A construção dessas condições passa pela solução de gargalos importantes como a disponibilidade de recursos humanos qualificados, tecnologia de gestão nas empresas da cadeia de fornecedores e recursos acessíveis para investimento. O governo do estado dedica atenção especial para garantir o desenvolvimento sustentável na região. O governador Geraldo Alckmin anunciou no início deste ano um aporte de mais de R$ 5,3 bilhões em obras de transporte, logística, saneamento, saúde e educação na Baixada Santista, com destaque para os projetos de mobilidade urbana, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o túnel que liga Santos ao Guarujá.
Também na semana passada, o Fórum Brasil Competitivo debateu o futuro do gás natural no país. O grande desafio está em reconhecer a importância do gás como fator efetivo de competitividade da indústria nacional, estabelecendo uma política de estado que permita disseminar os benefícios do uso desse energético por todo o setor produtivo.
Isto deve ser feito para substituir a política empresarial vigente conduzida pela Petrobras, que coloca em primeiro plano o atendimento dos seus interesses corporativos e constitui, na prática, a trava para uma maior participação do gás na matriz brasileira. Essa nova política de estado proposta certamente trataria, entre outros temas, da criação de condições para se estabelecer um preço mais justo para o gás não associado e da facilitação do acesso à infraestrutura de escoamento e transporte para outros produtores, de forma a permitir a oferta de gás natural por novos agentes.
Observamos nos encontros realizados na semana passada que o diálogo está aberto e é necessário. Como estado mais industrializado da nação, o governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Energia, está determinado a contribuir na elaboração de políticas de incentivo que tornem a economia do país cada vez mais presente e competitiva no cenário mundial.
Fonte: Brasil Econômico - Artigo – José Aníbal
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

COMO É A VIDA EM UMA PLATAFORMA DE PETRÓLEO



Em atenção a muitos leitores, que sempre me perguntam como é a vida numa plataforma de petróleo, vou descrever a seguir, a rotina de trabalho desde o embarque até o desembarque.

Geralmente quando chegamos ao aeroporto, a primeira coisa a que vamos ver é a programação de embarque que o pessoal da logística coloca no mural. Confirmando então o destino (plataforma), o horário, nº do vôo e a companhia aérea, ficamos aguardando a chamada pelo intercon para o check in (pesagem do colaborador, bagagem e vistoria da bagagem). Feito isso, iremos aguardar agora a chamada para o briefing (que é assistir um vídeo falando sobre o tipo de aeronave em que vai viajar e procedimentos em caso de pouso no mar) e depois aguardar a chamada para o embarque.
Chegando na unidade (plataforma), somos encaminhados para a recepção onde iremos receber uma ficha para preenchimento de dados pessoais, assim como um cartão “T” que deverá ser colocado em um escaninho, referente ao seu ponto de reunião (que em caso de sinistro na plataforma deverá se dirigir para lá o mais rápido possível). Neste cartão “T” está escrito também o seu camarote e o leito em que você passará os 14 dias. Além disso temos o briefing de chegada, que irá mostrar, alem da palestra com o Geplat (gerente da plataforma) um vídeo que falará sobre a plataforma e nossos direitos e deveres. Geralmente após isso, um mestre de cabotagem (que cuida dos parlamentos de sobrevivência) irá mostrar a localização dos principais pontos da plataforma que nós devemos conhecer, como: Baleeira, bote de regate, balsa salva-vidas, refeitório, cabine telefônica, cinema, academia, camarote etc.
Depois de tudo isso, agora é hora de “trampar”, acabou a moleza. Dependendo da empresa em que você trabalha, o supervisor ou subordinado irá te dar orientação de como chegar ao local de trabalho e procedimentos. De praxe ele irá fazer um DDS (Diálogo Diário de Segurança, isto é feito todos os dias antes do trabalho). Dependendo do trabalho, o colaborador irá aguardar a PT (Permissão de Trabalho) para iniciar o trabalho, o qual deverá ler com atenção todas as informações contida nela e em caso de divergência falar com quem tirou ou o subordinado.
Na maioria das plataformas e maioria das empresas prestadoras de serviço, o horário de trabalho é de 7 horas da manhã as 7 horas da noite, 7 dias por semana e o horário do almoço é que varia, para não ir muita gente num horário só.
Depois de um dia longo de trabalho, nada melhor agora do que um bom descanso. E agora vai de cada um. Geralmente para quem gosta, primeiro um banho. O macacão ou uniforme sujo do trabalho (dependendo da plataforma) a gente coloca num saco com o nº do camarote em que o colaborador da lavanderia irá recolher mais tarde e colocará assim que tiver limpo no mesmo. O lazer vai de cada um, que pode ser: telefone, internet, academia, sala de jogos, cinema, quadra de esportes, piscina, sauna etc. Para quem é evangélico, tem os dias de cultos também.
As refeições são vários durante o dia e a noite. Pode variar de unidade para unidade, mas geralmente é assim: de 5:30h as 8:00h café da manhã; de 11:00h as 13:00 almoço; de 15:00 as 16:00h lanche (depende da plataforma) de 17:30h as 20:00h janta; de 21:30h as 22:00h lanche; de 23:30 as 01:00h ceia e de 02:30 as 03:00 lanche (os horários pode divergir). Alem disso em quase todas, senão todas as plataformas tem aquela maquininha de café e uma geladeira com sucos, refrigerantes, frutas e iogurtes e biscoitos.
Depois dos longos 14 dias de trabalho já é hora de voltar para nossas casas. Assim como temos que fazer o check in uma hora antes do horário do vôo de embarque para o desembarque é o mesmo procedimento, só que antes de se apresentar na recepção, temos de ir no ponto de reunião e lá pegar o cartão “T” e aguardar o vôo. 
Espero ter conseguido fazer entender a todos de como é a vida de um trabalhador em uma plataforma de petróleo.
Por: Élio Francisco
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sábado, 13 de outubro de 2012

SEM PETRÓLEO, MUNDO TEM FUTURO SOMBRIO



“O petróleo é o problema, claro”, escreveu Gertrude Bell em Bagdá, em 1921. “Coisa detestável!” Depois de causar uma guerra mundial, o petróleo já estava causando confusão política no Oriente Médio.
Apesar de todos os conflitos causados pela necessidade de garantir os suprimentos de petróleo, e do dano ambiental que seu uso causa, o problema, para Bell e para todos nós, é que o petróleo tem grande utilidade.
Energia concentrada, facilmente transportável e de grande versatilidade.
Todos nós nos tornamos dependentes dessa conveniência. O suprimento de energia atual oferece o equivalente ao trabalho de 22 bilhões de escravos, de acordo com Colin Campbell, antigo executivo petroleiro.
Mas agora a onda do petróleo parece destinada a nos deixar ilhados. A mais de US$ 100 por barril, os preços estão voltando aos níveis de 2008. Mas, de lá para cá, o tom dos comentários mudou.
Cresce a conscientização de que um problema fundamental nos aguarda: a separação entre uma demanda cada vez maior e um suprimento estagnado, que resultará em escassez do componente essencial ao mundo.
Até o momento, o falso reconforto, de que poderíamos continuar a agir como sempre, vinha de dois fatores.
Primeiro, ainda existe petróleo; segundo, novos campos continuam a ser descobertos.
Mas o problema é saber que teremos dez bocas para alimentar amanhã, mas lojas de comida suficientes para apenas oito. Pior: a cada dia a quantidade de comida consumida é superior à de comida produzida, e o número de bocas para alimentar cresce.
As novas descobertas de petróleo atingiram seu pico na metade dos anos 60, e, com base em várias estimativas, estamos vivendo, ou bem perto de viver, o pico da extração petroleira mundial.
Depois que o pico for atingido, a relação entre oferta e demanda inevitavelmente crescerá. A dificuldade de determinar exatamente quando isso acontecerá é agravada porque as dimensões das reservas nacionais de petróleo constituem questão econômica e política delicada.
Compreensivelmente, algumas pessoas acreditam que isso seja positivo do ponto de vista ambiental. Afinal, se o petróleo está se esgotado, isso não ajudaria a resolver o problema da mudança do clima? Infelizmente não.
A realidade atual é a de que se você tirar a sonda petroleira da veia da economia, a escolha passa a ser entre transição e convulsão.
Todos nos acostumamos aos benefícios do petróleo. E os planos para nos adaptarmos a sua ausência praticamente inexistem.
Cabe a nós determinar se aproveitaremos a chance que o fim do petróleo barato nos confere para produzir uma era melhor, ou se continuaremos hipnotizados por sua miragem em dissolução.

Por: Andrew Simms, Diretor da New Economics Foundation.
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O petróleo e sua maldição



Por Gustavo Chierighini
Caros leitores, antes de tudo recomendo não sofram por antecipação. Este título forte, não será refletido aqui em mais uma ladainha em prol das questões ambientais, propalando nas próximas linhas o cansativo senso comum, tentando convencê-lo a abandonar o conforto do seu carro e aderir a uma bicicleta, ou quem sabe um par de patins (Você sabe, patins usam rodas menores, e portanto dependem de menos borracha...) bem, eu sei, ninguém aguenta mais isso.
Mas por favor ambientalistas, peço que não me joguem pedras (e nem percam o senso de humor), e antes de me condenarem a fogueira no tribunal da inquisição politicamente correta, saibam que não milito contra a militância ambiental, e muito pelo contrário, a considero, quando moderada, inteligente e portanto provida de senso crítico e de realidade, necessária.
Este texto não fará a apologia (e nem tão pouco atacará) das energias limpas e renováveis, mas abordará o tema acomodação.
Sim, ele mesmo, sempre fruto da reação atávica do ser humano e portanto de suas sociedades, quando adversidades e complicações cedem lugar ao apogeu, ao remanso, ás certezas da prosperidade.
Observamos legiões defendendo a substituição da energia fóssil pelas fontes renováveis, mas pouco se aborda sobre as consequências que um excedente em reservas petrolíferas podem trazer a um país extrativista por natureza, desprovido de incentivos e repleto de obstáculos aos processos do desenvolvimento tecnológico sensível e de inovação.
Aos nacionalistas do pré sal e aos saudosistas da campanha do “O petróleo é nosso” solicito que compreendam o contexto deste enfoque crítico, que não lamenta a existência de nossas gigantescas reservas e nem tão pouco é insensível ao componente estratégico que representam. Sob esta ótica objetiva, um oceano de vantagens e benefícios, inquestionavelmente.
Mas o fato é que com tantas certezas, uma insensibilidade pode ganhar força, e ela está diretamente relacionada a tudo o que temos a fazer pela frente para nos tornarmos uma nação verdadeiramente moderna, admirável, respeitada, economicamente sustentável e competitiva.
As certezas de nossa força petrolífera, sem a devida calibragem em termos de senso auto crítico, podem nos levar de encontro ao encadeamento do atraso, respectivamente: Imensas certezas econômicas, insensibilidade aos riscos e enfraquecimento de estímulos científicos intelectuais, dependência extrativista, dependência estatal,  tolerância e baixa consciência tributária, baixa competitividade, fragilidade econômica, contenção de oportunidades de desenvolvimento social, subdesenvolvimento político, baixa capacitação, miséria.
Quem viver verá.
Gustavo Chierighini é empresário, fundador das empresas Plataforma Brasil Investimentos e Plataforma Brasil Editorial
Fonte: Baguete
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terça-feira, 9 de outubro de 2012

A exploração do petróleo, a economia e o meio ambiente





O petróleo “é uma substância oleosa, inflamável, geralmente menos densa que a água, com cheiro característico e coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até o preto, passando por verde e marrom (castanho)[1]. É a principal fonte de energia e, além de gerar gasolina que move os automóveis, serve de base para a criação de vários produtos, como querosene, óleo diesel, plásticos e até medicamentos.
O petróleo é  recurso mineral e por isso pertence à União Federal desde 1934, quando o Código de Minas separou a propriedade do solo da do subsolo. Discutia-se à época se a exploração devia ser feita com exclusividade pelo Estado ou se também por companhias estrangeiras. Monteiro Lobato, por defender com vigor a participação da iniciativa privada, foi condenado por crime contra a segurança nacional e cumpriu 3 meses de prisão em 1941.
Em 1953, a Lei 2004 declarou o monopólio da União para a exploração do petróleo o que foi ratificado na Constituição de 1967. Todavia, a Emenda Constitucional 9/2005 pôs fim a esta proteção permitindo a participação de empresas estrangeiras.
A busca do petróleo pode dar-se no continente,  através de estudos geológicos em rochas ricas após as quais está a camada petrolífera  (onshore) ou no solo marinho, através de estruturas flutuantes ou fixas (offshore).
Muito embora a exploração terrestre seja a mais tradicional, desde 1974 a exploração marítima vem ganhando importância. Ela teve início com a Bacia de Campos, no litoral fluminense, que agora responde por 90% da produção nacional. Hoje ela é feita  em diversos pontos do território (v.g., Bacia Pará-Maranhão, BM-PAMA-8)
No ano de 2007 a Petrobrás descobriu uma camada de petróleo significativa, localizada em uma faixa de cerca de 800km que vai do litoral dos Estados do Espírito Santo a Santa Catarina, mantendo uma distância da costa que pode chegar a 300 km. A ela se deu o nome de pré-sal porque se situa abaixo de uma camada de sal, que em alguns pontos chega a ter 2.000 m de espessura. Calcula-se que aquelas rochas guardem a expressiva quantia de 13 bilhões de barris de óleo[2].
O significado disto para a economia do país impressiona. Afirma-se no Valor Econômico que são 270 bilhões de dólares de investimentos previstos até o fim da década,  com 2 milhões de empregos na cadeia do petróleo até 2020 e que a exploração do pré-sal significará  20% no PIB do país[3]. Evidentemente, estes dados podem ser contestados, mas, ainda que não se concretizem, o impacto será fortíssimo. Note-se que na 16ª. edição do Rio Oil & Gás, no Rio de Janeiro em outubro passado, compareceram cerca de 55.000 visitantes, 1,3 expositores e 27 países, ocupando 39,5 mil m2[4].
Mas, nem tudo são flores. O progresso econômico nem sempre vem acompanhado do social. Macaé, na região da Bacia de Campos, RJ, há anos se beneficia economicamente da exploração do petróleo. Todavia, envolvida por um crescimento descontrolado, acabou  tornando-se uma cidade violenta, sendo a sexta do Brasil entre os municípios com maiores taxas (em 100 mil) de óbitos por armas de fogo[5].
Por outro lado, os vazamentos sucedem-se ininterruptamente. Em novembro de 2011 no Campo do Frade, Bacia de Campos, RJ, foram 2.400 barris de óleo. Em 4 de março de 2012 novo vazamento foi constatado, espalhando-se uma mancha de óleo por 120 km no mar. Segundo a mídia, “ANP informou ter concluído as investigações sobre o vazamento. A agência decidiu manter a proibição à Chevron para a perfuração de novos poços na região, alegando não estar convencida da falta de riscos de operação”[6].
Registre-se que só neste ano de 2012, em 31/01 e 18/02 o Ibama acompanhou vazamento de óleo na Bacia de Santos/SP; em 01/03 descontrole do sistema levou ao vazamento de petróleo em plataforma de Macaé/RJ; em 13.03 ocorreu vazamento de fluido sintético em plataforma na Bacia de Campos/RJ; aos 30.03 vazamento em oleoduto de plataforma em Paracuru/CE.; em 11.04 no  Terminal de São Sebastião/SP e em 12/06 vazamento de petróleo de plataforma em Guamaré/RN.
Recentemente, além dos noticiados vazamentos, segundo reportagem da Revista Época, surgiu a questão da água de produção, ou água negra, que é um subproduto da prospecção do petróleo. O produto final é, basicamente, água do mar misturada com óleo, graxa e várias substâncias tóxicas (bário, berílio, cádmio, cobre, ferro, além de elementos radioativos). Segundo consta, das 110 Plataformas apenas 29  têm estações de tratamento e isto faz com que a água negra vá para as refinarias onde nem sempre é tratada e por vezes é lançada em alto-mar [7].
Tudo isto está a revelar que a exploração do petróleo offshore, pela distância da costa em que é feita, pela complexidade do assunto (7.000 m de profundidade em Santos) e apesar do elevado interesse econômico de que se reveste, não tem merecido o devido acompanhamento da sociedade e dos estudiosos do Direito Ambiental. Os operadores jurídicos não estão preparados para o tema e ele é pouco discutido.
Pois bem, à parte leis genéricas (v.g., a 6.938/81),  existem normas como a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL 1973/1978), a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, em vigor desde 16/11/1994, a Lei nº 6.340/1976 sobre lavra de petróleo, a Lei nº 9.966/2000 sobre a a poluição causada por lançamento de óleo no mar, a Lei 9.478/97 que cria a ANP e a Lei nº 11.909/2009  sobre as atividades relativas ao transporte de gás natural.
Mas o que regula, realmente, a matéria são atos administrativos. Entre eles, vale citar as Resoluções CONAMA 23/94, sobre licenciamento ambiental, 293/01, que divide os vazamentos em pequenos, médios e grandes  (estes superiores a 200m3), a 306/02 sobre auditoria ambiental, a 393/2007  sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas marítimas , as 398/08 e 293/11, que disciplinam as medidas a serem tomadas em caso de derrame e a 350/04, que dispõe sobre o licenciamento ambiental específico das atividades de aquisição de dados sísmicos marítimos. Da ANP cumpre lembrar a Resolução 05/2004 que se refere a audiências públicas. São importantes também as Instruções Normativas do IBAMA.
Pois bem, se a atividade economicamente é essencial, mas seu risco é dos mais elevados, o  que se tem a fazer é prevenir ao máximo vazamentos a qualquer título. Isto pode ser feito com: a) capacitação plena dos que trabalham na área; b) reforçando-se as auditorias ambientais previstas na Resolução CONAMA 306/02, que devem ser contínuas e contar com a presença de um agente do MPF, da Academia e da sociedade civil. Afinal de contas, como indaga Carol Palma “Com que frequência os fiscais visitam píeres, terminais, oleodutos e unidades marítimas/terrestres? Onde o cidadão pode acompanhar os relatórios destas visitas e a sua habitualidade?” [8].
Além disto, se ocorrido o dano, a imposição de sanções administrativas, civis e penais deve ser rigorosa. Sem prejuízo das atribuições do Ibama, a ANP tem poderes para impor multa em caso envolvendo petróleo conforme já decidiu o TRF2 [9].
No âmbito civil, a responsabilidade é objetiva. No segundo vazamento no Campo do Frade, RJ, o MPF propôs ação  contra petroleira americana Chevron e a empresa contratada Transocean, pedindo 20 bilhões de reais pelos danos ambientais e sociais  causados[10], porém a competência foi declinada de Campos para o Rio de Janeiro. Segundo consta, a dúvida sobre competência foi levantada também no processo criminal proposto pelo mesmo fato [11].
Em suma, aí está um dilema típico de nossa época. De um lado uma atividade de alto potencial econômico, que satisfaz o governo pelo que arrecada e as pessoas pelo que recebem. Do outro, um risco de dano elevado e que pode dizimar nossa fauna marítima com consequências imprevisíveis para as futuras gerações. É possível conciliar?
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo
[2] Jornal Valor Econômico, 25.9.2012, Caderno Especial, p. F6
[3] Revista Exame, ed. 1019, a. 46, n. 12, 27.6.2012, pp. 42-43
[4] Jornal Valor Econômico, 25.9.2012, Caderno Especial, p. F1
[5] http://www.sepm.gov.br/subsecretaria-de-enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres/lei-maria-da-penha/2008-mapa-da-violencia.pdf
[6] http://veja.abril.com.br/noticia/economia/chevron-identifica-novo-vazamento-no-campo-de-frade
[7] Revista Época, 10.9.2012, p. 36
[8] Petróleo: exploração, produção e transporte sob a óptica do direito ambiental. Campinas: Millenium Editora, 2011, p. 93.
[9] TRF - 2ª; 344670 RJ 2002.51.01.001971-1, 8ª. T., Rel.  Poul Dyrlund, j. 24/07/2007
[10] http://www.conjur.com.br/2012-abr-04/mpf-move-outra-acao-chevron-20-bilhoes-dano-ambiental
[11]  http://www.conjur.com.br/2011-dez-20/justica-federal-campos-declina-competencia-julgar-chevron
Vladimir Passos de Freitas é desembargador federal aposentado do TRF 4ª Região, onde foi presidente, e professor doutor de Direito Ambiental da PUC-PR.
Fonte: Revista Consultor Jurídico - Vladimir Passos de Freitas
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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Rio Oil & Gas: Formação profissional em debate



A formação de recursos humanos e da certificação de mão de obra foi um dos destaques do bloco de debates sobre os principais desafios e cenários da indústria de óleo e gás na tarde de hoje (17), na Rio Oil & Gas. Esse é um dos pontos críticos da indústria de óleo e gás e um dos maiores desafios, principalmente para o desenvolvimento da cadeia e para a exploração do pré-sal.
O debate buscou discutir o problema da mão de obra enfrentado  pelo setor e levantar que soluções estão sendo encontradas. O painel foi moderador por Elias Ramos, superintendente deplanejamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Damian Popolo, gerente sênior de Relações Internacionais da BG Brasil, falou sobre a importância da internacionalização da educação no setor. Ele apresentou a iniciativa de enviar para o Reino Unidos parte dos bolsitas, onde obtém importantes informações sobre os principais avanços nas áreas de petróleo e gásem todo o mundo.
Foco no público interno
Maria Alves, gerente de Recursos Humanos da Universidade Petrobras, destacou que o objetivo das iniciativas da estatal é o público interno. “Nosso foco é o incentivo à especialização dos alunos desde os cursos de graduação,avançando com foco bem definido na área escolhido até o mestrado, o que contribui para o aumento do nível de qualificação profissional”, afirmou.
No ano de 2011, a Universidade Petrobras registrou 224 mil participaçõesde seu corpo funcional. Por meio do Programa de Formação de Recursos Humanos (PFRH), criado pela Petrobras, em parceria com a ANP, foram disponibilizadas cerca de 10 mil bolsas. O objetivo do PFRH é preparar estudantes a atuar nosetor de óleo e gás. São oferecidos cursos de ensino médio, graduação, mestradoe doutorado.
Segen Estefen, professor e diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, destacou que a formação de recursos humanos na pós-graduação (mestrado edoutorado) está apoiada na pesquisa e desenvolvimento. Estefen destacou que a Cidade Universitária, campus da Coppe/UFRJ, está se tornando um verdadeiro cluster da energia, já que a maior parte dos projetos está voltada para este segmento.
Joaquim Passos, diretor da Abemi, destacou a importância das mudanças culturais na gestão de equipes e reforçou que é preciso investir no Brasil maisem certificações internacionais na capacitação de equipes.
Outros painéis
Além da formação de mão de obra serão debatidos durante a Rio Oil &Gas prevenção de acidentes ambientais, desenvolvimento tecnológico do setor, cadeia de fornecedores, financiamento da indústria de óleo e gás, aspecto jurídico dos acidentes ambientais e o futuro dos transportes.

Por: Flávia Domingues
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Rio Oil & Gas: pequenas empresas negociam com gigantes do setor



Rio de Janeiro (RJ) - Para criar maior interação entre pequenas empresas inseridas na cadeia nacional de petrróleo e os grandes players, como Petrobras, Chevron e Estaleiro Mauá,  a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e o Sebrae estão promovendo, na 16ª edição da Rio Oil & Gas, rodadas de negócios que estimulem a concretização de parcerias.
De acordo com a assessoria do Sebrae,  participam, ao todo, 32 empresas âncoras compradoras e 238 fornecedores de pequeno porte nas rodadas. "Esse evento é precedido de uma cuidadosa pesquisa para cruzar o interesse dos demandantes com os fornecedores. Esse formato permite diversos encontros, mas sempre com foco definido. Como resultado de todo esse trabalho, já foram confirmados 1.120 agendamentos, que acontecem entre terça-feira (18) e quarta-feira (19) no pavilhão 3 do Riocentro", afirma o Sebrae, em comunicado enviado à imprensa.
Para participar dessa Rodada de Negócios, as empresas de pequeno porte têm que participar de projetos do convênio Petrobras/Sebrae – celebrado em outubro de 2004 para promover a inserção competitiva das MPE, ser cadastradas na ONIP  ou pertencer a uma Rede Petro. , Cada um deles representa um indicador de que a empresa é organizada e tem as condições exigidas para ser um fornecedor para a área de petróleo e gás.

Fonte; Macaé Offshore

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Rio Oil & Gas: novas fronteiras representam desafio para a inserção internacional do Brasil



Rio de Janeiro (RJ) - O Brasil tem desafios a serem enfrentados em um cenário de incertezas quanto à indústria do petróleo mundial. Entre eles, está a questão da abertura de novas fronteiras exploratórias, tanto nas bases sedimentares quanto em campos onshore. A afirmação foi feita pelo diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Helder Queiroz, no painel  Geopolítica do Petróleo e os Novos Caminhos para a Inserção Brasileira, realizado nesta segunda-feira (17), durante a Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro. 
Queiroz reafirmou a posição brasileira de potência intermediária dentro contexto internacional e disse que os avanços estão sendo galgados, não obstante os problemas existentes na cadeia de fornecedores nacionais. “Sabemos das potencialidades da indústria brasileira e os seus problemas atuais quanto ao desenvolvimento da produção .Mas,  estamos confiantes que o Brasil vai consolidar posição de destaque”, declarou, ressaltando que o fator preço do petróleo no mercado internacional é uim forte indutor para o progresso da indústria.
“O problema é que não temos como prever o preço para daqui a cinco ou dez anos. Vemos que muitos economistas fazem isso e sempre erram”, acrescentou.  No tocante ao processo de integração regional,  ele citou que o perfil da política energética brasiliera  se baseia em acordos bilaterais. “Esse é o caso de Itaipu e do gasoduto Brasil-Bolívia. A ideia de unir o continente por intemédio de um gasoduto não vingou e uma das razões é a grande assimetria existente entre o Brasil e os demais países da região”.
Já Adam Sieminski , diretor da  Energy Information Administration - EIA/DO, também palestrante do painel,  fez questão de destacar o aumento da influência brasileira no mercado de petróleo mundial.  “Estou otimista quanto ao desenvolvimento do Brasil no setor, pois venho acompanhado os esforços dos setores público e privado no setor e avalio como positivo esse movimento”.  

Por: Brunno Braga
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domingo, 12 de agosto de 2012

Pré-sal, fracasso ou excesso de discursos?

Pré-sal, fracasso ou excesso de discursos?


A Petrobras divulgou prejuízo líquido, no segundo trimestre, de R$ 1,346 bilhão, ou US$ 663 milhões, comparado com lucro líquido de R$ 10,943 bilhões no mesmo período de 2011. Isso abalou a Bovespa no início do pregão nesta segunda-feira.
Mas não durou sequer 30 minutos a pressão negativa das ações de Petrobras em cima da Bovespa.
Após a companhia declarar, durante teleconferência, de que os fatores que levaram ao prejuízo de pouco mais de R$ 1 bilhão no trimestre passado não devem ocorrer em outros trimestres, os papéis da Petrobras reduziram consideravelmente a queda, abrindo espaço para que os negócios locais acompanhassem o bom humor dos mercados no exterior.
Pois se fala demais na área dos combustíveis, enquanto o Brasil – via Petrobras – está importando gasolina, etanol e óleo.
Ora, que contraste para quem, há menos de dois anos, alardeava que o pré-sal era a redenção para tudo e todos, que o etanol abasteceria as Américas e o combustível sobraria para o Brasil e para vender no exterior.
Ninguém pode esquecer que a experiência é comparável à moda, pois uma ação que resulta em êxito em um dia poderá ser inaproveitável ou impraticável amanhã, como ocorre com a Petrobras.
Na administração federal, como no Piratini, os governantes devem mais evitar o fracasso do que obter o êxito imediato. O êxito não é senão um estado de espírito. Talvez somente dois, entre mil sábios, definirão o sucesso com as mesmas palavras.
Mas quanto ao fracasso ele é sempre descrito da mesma maneira. O fracasso é a incapacidade de os dirigentes em atingir os seus objetivos ainda em vida ou no seu período de governo, sejam eles quais forem.
A história ensina que a única diferença entre os que falharam e os que obtiveram sucesso está na diferença dos seus bons ou maus hábitos.
Bons hábitos, como gastar menos ou igual ao que se arrecada ou se direcionar o pré-sal para a felicidade de todos e o bem da Nação, são a chave do sucesso. Em consequência, maus hábitos levam ao fracasso.
Cabe aos dirigentes e empresários, as lideranças nos três níveis de governo, trabalharem para que tenhamos menos discursos, promessas e frases de efeito e muito mais obtjetivos concretos sendo alcançados. Na administração pública, deve-se formar bons hábitos e deles se tornar escravos.
O que se verifica são muitos discursos e pouca ação. A Petrobras não está seguindo as regras do mercado e segura os preços para evitar inflação. Sofisma, pois, ao fim, quem paga a diferença é o Tesouro ou os empréstimos que a empresa estatal faz.
Como não há concorrência, jamais se sabe se está certo ou errado. Mas o prejuízo é a prova que não praticamos o livre mercado com fins demagógicos.
Por isso, insistimos, a importação maciça de combustíveis quando era apregoado aos quatro ventos que o País tinha total autossuficiência em gasolina, etanol e óleo. Ora, é inadmissível esta situação que beira ao grotesco.
O fato de ter um apoio popular acima de todos os ex-presidentes, não dá direito à presidente Dilma Rousseff deixar que a Petrobras fique ao leo. Afinal, ela foi secretária e ministra das Minas e Energia, conhece demais os meandros da nossa gigantesca estatal do petróleo.
Fonte: Jornal do Comércio – RS – Editorial
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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pré-Sal – Origem


O petróleo do pré-sal está em uma rocha reservatório localizada abaixo de uma camada de sal nas profundezas do leito marinho
Professor Alexandre Guimarães 
O petróleo do pré-sal está em uma rocha reservatório localizada abaixo de uma camada de sal nas profundezas do leito marinho. Entre 300 e 200 milhões de anos havia um único continente, a Pangeia, que há cerca de 200 milhões de anos se subdividiu em Laurásia e Gondwana. Há aproximadamente 140 milhões de anos teve inicio o processo de separação entre as duas placas tectônicas sobre as quais estão os continentes que formavam o Gondwana, os atuais continentes da África e América do Sul. No local em que ocorreu o afastamento da África e América do Sul, formou-se o que é hoje o Atlântico Sul.
Nos primórdios, formaram-se vários mares rasos e áreas semi-pantanosas, algumas de água salgada e salobra do tipo mangue, onde proliferaram algas e microorganismos chamados de fitoplâncton e zooplâncton. Estes microorganismos se depositavam continuamente no leito marinho na forma de sedimentos, misturando-se a outros sedimentos, areia e sal, formando camadas de rochas impregnadas de matéria orgânica, que dariam origem às rochas geradoras. A partir delas, o petróleo migrou para cima e ficou aprisionado nas rochas reservatórios, de onde é hoje extraído. Ao longo de milhões de anos e sucessivas Eras glaciais, ocorreram grandes oscilações no nível dos oceanos, inclusive com a deposição de grandes quantidades de sal, que formaram as camadas de sedimento salino, geralmente acumulado pela evaporação da água nestes mares rasos. Estas camadas de sal voltaram a ser soterradas pelo oceano e por novas camadas de sedimentos quando o gelo das calotas polares voltou a derreter nos períodos inter-glaciais.
Estes microrganismos sedimentados no fundo do oceano, soterrados sob pressão e com oxigenação reduzida, degradaram-se muito lentamente e, com o passar do tempo, transformaram-se em petróleo, como o que é encontrado atualmente no litoral do Brasil.
O conjunto de descobertas situado entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo (Bem-te-vi, Carioca, Guará, Parati, Tupi, Iara, Caramba e Azulão ou Ogun) ficou conhecido como "Cluster Pré-Sal", pois o termo genérico "Pré-Sal" passou a ser utilizado para qualquer descoberta em reservatórios sob as camadas de sal em bacias sedimentares brasileiras. Ocorrências similares sob o sal podem ser encontradas nas Bacias do Ceará (Aptiano Superior), Sergipe-Alagoas, Camamu, Jequitinhonha, Cumuruxatiba e Espírito Santo, no litoral das ilhas Malvinas, mas também já foram identificadas no litoral atlântico da África, no Japão, no Mar Cáspio e nos Estados Unidos, na região do Golfo do México. A grande diferença deste último é que o sal é alóctone (vindo de outras regiões), enquanto o brasileiro e o africano são autóctones (formado nessas regiões) (Mohriak et al., 2004).
Os nomes que se anunciam das áreas do Pré-Sal possivelmente não permanecerão, pois, se receberem o status de "campo de produção", deverão ser rebatizados segundo o artigo 3° da Portaria ANP nº 90, com nomes ligados à fauna marinha.
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terça-feira, 17 de julho de 2012

Petrobras, OGX, HRT e Queiroz Galvão: por que tantas frustrações?




SÃO PAULO – O petróleo é considerado por muitos como um “ouro negro”. Se isso é verdade, o Brasil está sentado em cima de uma gigantesca mina à espera de exploradores. Contudo, as ações das empresas do setor parecem não corresponder a todo esse valor que se esconde sob o território brasileiro.
As ações das principais petrolíferas listadas na bolsa – Petrobras (PETR3, PETR4), OGX (OGXP3), HRT (HRTP3) e Queiroz Galvão (QGEP3) – mostram um desempenho pífio no ano, bem abaixo do Ibovespa.
O fato chama tanto a atenção que até rendeu algumas páginas em um dos mais respeitados jornais financeiros do mundo. "O Brasil flutua sob um mar de petróleo. Então por que as ações de petrolíferas performam tão mal?", questiona o Wall Street Journal, em artigo publicado no início desta semana.
A publicação norte-americana destaca que a euforia com a descoberta do pré-sal deu lugar à realidade, à medida que retirar o petróleo da terra provou ser uma atividade extremamente cara. A publicação também critica as barreiras à presença dos estrangeiros na campanha exploratória, o que atrasa o desenvolvimento e eleva os custos, e lembra que os recursos embaixo da terra não são sinônimos de fluxo de caixa livre para as empresas.
Mas as dificuldades das empresas do setor na bolsa vão muito além dessas questões. Em um intervalo de cerca de um mês o setor foi recheado por notícias negativas. Poços sem petróleo em quantidade comercial ou com uma capacidade de produção muito abaixo daquela que era tida como ideal, tornaram-se comum entre essas companhias.
Muitos dizem que as empresas agora se tornaram mais realistas, como sinalizou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, mas ao mesmo tempo a confiança dos investidores nelas pode ter sido abalada.
Risco é uma característica do setor
No entanto, engana-se quem pensa que o problema está na solidez das empresas do setor. Analistas ouvidos pela InfoMoney destacam que esses eventos recentes são normais para o setor e que os investidores devem se acostumar a esse cenário, já que a própria característica da indústria leva a isso – o risco é elevado, mas o potencial de ganhos também.
Lucas Brendler, analista da Geração Futuro, diz que as petrolíferas possuem, em geral, três grandes características: utilização de capital intensivo, projetos de longa duração e complexidade da indústria - todos fatos que podem causar distorções nos cronogramas das empresas. Assim, torna-se também mais difícil de prever o que acontecerá adiante.
"As empresas trabalham com muitos dados probabilísticos, com muita informação que é difícil de interpretrar", alerta. "Tem variáveis que elas não podem controlar."
Solução: melhorar a comunicação
Por conta disso, Brendler oferece uma saída para as empresas amenizarem a situação: flexibilizar suas metas. Atualmente, elas projetam números cheios - por exemplo, a Petrobras espera atingir uma produção de 3,3 milhões de barris de petróleo por dia em 2016 -, mas o ideal seria trabalhar com um intervalo de segurança, diz.
"Elas não tem como afirmar que produzirão determinada quantidade naquele poço específico se o próprio projeto já está amparado em probabilidades", alerta. "O que as empresas têm feito é tentar conversar com o mercado e informar uma meta que eventualmente seria atingida, e não a meta real", crava Brendler.
Enquanto isso, um analista que preferiu não se identificar ressalta que o problema tem duas vias: a falta de informações mais claras por parte das empresas e também erros por parte dos próprios investidores, que têm dificuldades em precificar as informações. “É um mercado relativamente recente para os brasileiros”, diz.
O analista lembra que por muitos anos a única petrolífera que era conhecida pelo mercado era a Petrobras, uma empresa de proporção muito grande, o que dificulta a percepção de seus problemas internos. A próxima petrolífera a chegar ao mercado acionário foi a OGX, em meados de 2008 (logo em seguida a Petrobras anunciou a descoberta do pré-sal, que injetou otimismo em todo o setor). Assim, os investidores ainda têm dificuldades em entender o que acontece com as outras empresas do setor, que dão seus primeiros passos na exploração do petróleo brasileiro.
Empresas de sucesso
No entanto, ambos profissionais destacam, por exemplo, que as companhias são sólidas e possuem boas projeções. Tomando como exemplo o caso da OGX, o mercado mostrou forte decepção com a produção de 5 mil barris de petróleo por dia nos poços de Tubarão Azul, na Bacia de Campos.
Entretanto, esse número ainda é forte, já que cerca de 80% dos poços marítimos da bacia produzem menos que 5 mil barris por dia, conforme dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) para maio e sem contar com o campo de Frade, onde a produção está interrompida por conta do vazamento de petróleo.
Além do mais, a campanha exploratória das petrolíferas brasileiras também apresenta um bom histórico se comparada com números internacionais – a média da taxa de sucesso no exterior é de 38%, enquanto na Petrobras a taxa foi de 59% em 2011, conforme afirmação de Graça Foster em abril. Segundo a OGX, a taxa de sucesso da companhia na Bacia de Campos é de 90% nas áreas já perfuradas.
Contudo, como essas empresas possuem um portfólio ainda pequeno de poços, exceto a Petrobras, qualquer decepção logo se reflete no mercado – por outro lado, um evento como a descoberta de petróleo em poço comerciável também rapidamente tem impacto positivo nas ações.
“Talvez elas podiam ter esperado um pouco para ir à bolsa. Se não estivessem na bolsa não sofreriam toda essa pressão, mas nada muda no operacional delas, o dia a dia continua o mesmo”, complementa o analista que preferiu não ser identificado.
Há espaço para todas
Outro ponto frequentemente questionado é quanto um monopólio da Petrobras nas terras brasileiras, que seria responsável pelos melhores poços do Brasil. Os analistas destacam que estamos apenas na ponta do iceberg, já que somente 4% das bacias sedimentares brasileiras estão com alguma concessão. Portanto, há muito espaço para crescer.
Dessa forma, o próximo grande evento para o setor deve ser a 11ª rodada de licitações, onde as petrolíferas poderão conseguir o direito de explorar mais poços. Mas isso deve ficar para o próximo ano, já que isso só acontecerá depois da votação sobre os royalties do petróleo, marcada para depois das eleições deste ano, em outubro.
Por tudo isso, a opinião dos analistas é clara: “Essa volatilidade é passageira".
Fonte: Info Money - Fernando Ladeira
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Uma nova era do petróleo está a caminho

Uma nova era do petróleo está a caminho


Um estudo recém-publicado sobre o volume das reservas de petróleo – e as novas descobertas no mar, nas rochas e nas areias – está causando alvoroço no mundo acadêmico. Intitulada “Petróleo: A nova Revolução”, a pesquisa feita pelo pesquisador italiano Leonardo Maugeri afirma categoricamente que não só o fim da era do petróleo está longe, como o aumento da capacidade de produção alcançará quase 20% nos próximos oito anos – uma taxa de crescimento que não se vê desde a década de 1980. Isso significa, nas contas do pesquisador, que o mundo poderá produzir 110,7 milhões de barris de petróleo por dia em 2020 (veja quadro). Maugeri redigiu o relatório durante o ano sabático que tirou para estudar na Universidade de Harvard. Até então, o italiano era um dos altos executivos da petrolífera ENI, a maior empresa do setor em seu país. “Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a capacidade de fornecimento de petróleo está crescendo mundialmente a níveis sem precedentes, e que poderão até superar o consumo”, diz em seu estudo.
A argumentação de Maugeri é calcada em dois pontos que se interligam. O primeiro é a descoberta de novas reservas no mundo ocidental – não apenas de petróleo convencional, como é o caso do encontrado na camada pré-sal brasileira, mas também de jazidas de gás da rocha xisto, nos Estados Unidos, e as areias betuminosas do Canadá. Todas elas são novas formas de petróleo encontradas na natureza – e que diferem do líquido negro e pastoso jorrando da terra. Tais reservas correspondem às chamadas fontes não convencionais do combustível fóssil, que exigem avançados processos tecnológicos e químicos para sua extração. Isso leva ao segundo ponto defendido pelo pesquisador: de que o surgimento de fontes não-convencionais fará com que o Ocidente transforme-se no novo “centro de gravidade” da produção e exploração de petróleo global, diminuindo a dependência da oferta proveniente do Oriente Médio. Segundo o pesquisador, estima-se que haja no planeta 9 trilhões de barris de combustível fóssil não-convencional. O mundo tem capacidade para produzir, atualmente, 93 milhões de barris por dia – ou 34 bilhões de barris/ano.
Maugeri não sugere que o Iraque ou a Arábia Saudita terão queda em sua capacidade de produção. Muito pelo contrário. As perspectivas para ambos os países são de um acréscimo de 6 milhões de barris/dia de petróleo até 2020 (veja quadro). Contudo, graças ao avanço da oferta no Ocidente, ele argumenta que mundo ficará menos sujeito à volatilidade de preço do barril trazida por questões geopolíticas que afetam os países árabes. “Isso fará com que a Ásia seja o mercado de referência para o petróleo árabe e a China se transforme em nova protagonista nas questões políticas da região”, afirma o pesquisador. Para os Estados Unidos, Maugeri estima que a capacidade de produção passe, dentro de oito anos, dos atuais 8,1 milhões de barris/dia para 11,6 milhões de barris/dia. Em outras palavras, o país deve desbancar a Rússia e se tornar o segundo maior produtor de petróleo – os sauditas seguirão na liderança. No caso do Brasil, Maugeri prevê que a capacidade de produção deverá sair de 2 milhões de barris/dia para 4,5 milhões de barris/dia em 2020 devido à exploração do pré-sal.
Avanços tecnológicos
O estudo do pesquisador italiano foi taxado de otimista por parte da comunidade acadêmica. A principal crítica de estudiosos está no fato de Maugeri ter minimizado os riscos e os desafios de investimento nos avanços tecnológicos necessários para extrair petróleo de fontes não convencionais. “Quando se exige uma tecnologia muito mais avançada, que envolve altos custos ambientais, esbarra-se na questão do preço. Quanto os investidores estarão dispostos a investir nesse tipo de empreitada e quanto os consumidores estarão dispostos a pagar por esse combustível? Esse tipo de resposta é imprevisível, por enquanto”, afirma Peter Kiernan, da Economist Intelligence Unit (EIU).
Maugeri, contudo, fez a conta. Segundo ele, mesmo com um barril de petróleo cotado a 70 dólares – hoje o contrato para agosto do produto sai por 87,10 dólares o barril nos EUA e 102,40 dólares por barril no mercado europeu -, a extração de toda essa nova capacidade será lucrativa. Isso levaria a commodity a um novo patamar de preço que, segundo o pesquisador, poderá transformá-la em alternativa energética mais barata. “É preciso pensar que o petróleo `fácil e barato´ de hoje não era tão fácil e barato quando foi descoberto”, diz ele. O estudo que publicou em Harvard aponta que 2012 não encontra precedentes em aportes de recursos no desenvolvimento de novas tecnologias de extração e produção. Até o final do ano, serão 600 bilhões de dólares em investimentos – um recorde que deverá implicar melhora de eficiência nos próximos anos.
Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também cita o gás de xisto nos Estados Unidos como exemplo do que está por vir. Há dez anos, o uso deste produto como fonte de energia era praticamente inexistente no país e hoje representa mais de 23% da oferta de combustível. “Muitos acreditam que poderá até mesmo haver uma superoferta de gás em 2017″, explica Pires. Na edição desta semana, a revista britânica Economist discorre sobre o gás natural (em especial, o de xisto nos EUA) em 14 páginas de reportagem. O estado de Dakota do Norte, onde está localizada a reserva de Bakken, a maior fonte americana de gás, é considerado o eldorado do emprego no país.
A teoria do fim
O mundo do petróleo é dividido em dois grupos teóricos – com poucos adeptos ao meio termo. Numa ponta da discussão estão os adeptos da teoria do “pico do petróleo”, que prevê o fim do mineral devido à explosão do consumo e ao esgotamento das reservas. Tadeusz Patzek, professor e engenheiro de petróleo da Universidade do Texas, em Austin, é um de seus defensores mais fervorosos. “Há um aumento de fontes de combustível, mas há um aumento muito maior da demanda, sobretudo em mercados emergentes como China e Índia. Por outro lado, grandes exportadores, como países do Oriente Médio, continuam produzindo, mas exportam menos. E isso ocorre porque estão consumindo o petróleo que produzem. Como é possível falar em aumento de oferta se as exportações não irão aumentar”, questiona. Para Patzek, o petróleo não irá acabar, mas a oferta não crescerá no mesmo ritmo que a demanda. Sobre isso, o ex-ministro de Energia da Arábia Saudita dos anos 1970, o Sheik Ahmed Zaki Yamani, tem uma frase histórica repetida à exaustão do Texas a Bagdá. “A Idade da Pedra não acabou pela falta de pedra, e a Idade do Petróleo irá acabar muito antes que o mundo fique sem petróleo”.
A escola alternativa, que tem no premiado Daniel Yergin – autor do livro vencedor do Pulitzer, ´O Prêmio´ – um de seus maiores expoentes, acredita na evolução tecnológica como caminho para explorar as reservas existentes e descobrir formas alternativas de combustível. A teoria do fim do petróleo é, para eles, infundada. “Crises energéticas já foram anunciadas inúmeras vezes, assim como a morte do petróleo. Até agora, nada disso aconteceu. Mas o discurso fatalista persiste mesmo entre especialistas no assunto. Ignoram-se as conquistas que a tecnologia já proporcionou e ainda vai proporcionar futuramente”, disse Yergin em entrevista a VEJA, em 2007. Ele lembrou que os investimentos em novas tecnologias permitiram que os Estados Unidos dobrassem sua produção de energia desde a década de 70. “Por que não a dobrariam nos próximos trinta anos?”. Os cálculos de Maugeri mostram que, cinco anos após esta entrevista, Yergin e a linha de pensamento em que se enquadra estão vencendo o debate na academia.
Um lugar para os “verdes”
O peso das previsões alarmistas sobre o fim da era do petróleo tende, portanto, a perder força. Mas é verdade também que toda a gama de fontes renováveis de energia – vistas como um contraponto ao uso de combustíveis fósseis – terá seu lugar garantido no futuro. Os ambientalistas podem até exercer pressão pela prevalência dos combustíveis “verdes”, mas a continuidade dos investimentos no segmento está assegurada por uma combinação de fatores sociais, econômicos e geopolíticos.
As sociedades atuais, nos mais diversos países, são mais empenhadas em cobrar responsabilidade ambiental de governos e empresas. Neste sentido, grandes tragédias representam pontos de inflexão. O acidente da plataforma da BP no Golfo do México, em 2010, gerou, por exemplo, uma mobilização antipetróleo nos Estados Unidos que tornou a operação de extração em águas profundas muito mais cara. “Os acidentes são poucos. Mas, quando acontecem, são dramáticos. E isso cria uma pressão social que tem impacto direto no preço da exploração”, diz Kiernan, da EIU. Em resumo, a cobrança por tecnologias seguras de exploração implica custos para as grandes empresas – e estes podem ser bem altos – que podem tornar interessantes investimentos em biocombustíveis, energia eólica, etc.
Matriz diversificada
O fator mais relevante, contudo, chama-se legislação. Governos de diversas nações tanto podem, por força de lei, inibir determinados tipos de exploração quanto viabilizar fontes renováveis. Os líderes dos países o fazem provavelmente menos em resposta aos anseios da população e mais por puro planejamento estratégico. Afinal, todos se preocupam em garantir uma oferta farta de energia por décadas e décadas porque não é possível correr o risco de limitar o crescimento econômico por sua escassez. É demasiadamente arriscado confiar em poucas fontes quando se quer ter um futuro seguro. Além disso, os governos não querem ficar dependentes e vulneráveis às instabilidades de países produtores – muitos dos quais são até hoje ditaduras. Autossuficiência é, portanto, mais que mero capricho. Para Adriano Pires, este cenário deverá equilibrar avanços tecnológicos, preservação ambiental e busca por novas fontes de energia para complementar a oferta mundial. “Eu vejo a matriz energética do mundo muito mais diversificada daqui para frente, mas ainda com uma participação grande recaindo sobre o petróleo e o gás”, diz o especialista.
Fonte: Protefer
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