Candidatos qualificados têm chances de suprir demanda de setores à caça de profissionais
Rio - O aquecimento da economia do País e a falta de profissionais qualificados pegaram alguns setores de surpresa, deixando-os em um verdadeiro ‘apagão’ de mão de obra. Construção Civil, Petróleo e Gás, Hotelaria, Alimentação e Tecnologia da Informação sofrem com a urgência de contratar pessoal, observam especialistas. No entanto, em empresas como OSX (de Eike Batista) e Petrobras, além de entidades como Senac RJ e Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes, o cenário é otimista: essa é a hora de tirar proveito da escassez e conquistar uma das vagas.
Só em petróleo e gás, haverá demanda de 212.638 mil profissionais até 2014, segundo o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), da Petrobras. Soldador, plataformista e engenheiro naval são as categorias com maior demanda da indústria, atualmente. A remuneração inicial nesse setor é, em média, de R$ 2.085,57.
A Indústria Naval, que passou décadas em baixa no País, ressurge e está à caça de mão de obra. Na OSX, cerca de 3.100 profissionais serão qualificados em cursos em parceria com a Senai-RJ. O treinamento acontece no Instituto Tecnológico Naval (ITN), que está com 880 jovens.
Para Wilma Freitas, gerente de Educação do Senac-RJ, área da Saúde, Turismo e Administração também estão com falta de profissionais. Segundo ela, a fórmula para deslanchar em meio ao ‘apagão’ é somar determinação com qualificação.
Qualificação é caminho para conseguir preencher vagas
Educação e qualificação são as respostas para solucionar a urgência por mão de obra em setores do mercado, segundo Wilma Freitas, gerente de Educação do Senac-RJ. Ela afirma que, muitas vezes, a saída encontrada para empresas suprirem a falta é fechar parceria com cursos técnicos. Desta forma, o estudante que encarava aulas que misturavam teoria e prática já chega acostumado com o ambiente e pronto para o mercado de trabalho.
“Fechamos parceria direta com o próprio mercado. Oferecemos painéis de setores junto com empresas, para entender qual é a demanda, quais são as atividades que elas precisam cumprir e quantos funcionários são necessários”, conta Wilma.
A metodologia do Senac-RJ, ela observa, é diferenciada, por ser técnica. “É baseada na prática, que tem a ver com a rotina do mercado. Além disso, fazemos captação e prospecção de empresas para oferecer estágios para nossos alunos”, explica.
Aproveitar empregos em datas específicas no ano também é uma boa ideia para ganhar espaço no mercado. Essa é a dica de Márcia Costantini, diretora regional da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) no Rio.
Quem não tem experiência profissional, usa o trabalho temporário como uma ‘porta’ para o mercado, de acordo com Márcia. “Desta forma, ele pode preencher vaga em meio ao ‘apagão’”, sugere.
Nos últimos anos, aumentou o número de efetivação de temporários. Empresas já veem a chance de ter esses prestadores de serviços como efetivos, por conhecer o trabalho que desempenham. Em cada grande data no ano, cerca de 20% dos temporários são efetivados.
Quando a Petrobras percebeu que o setor passava por ‘apagão’ de pessoal capacitado, lançou o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). A iniciativa foi para atender a demanda crescente por mão de obra nos empreendimentos da Petrobras. São realizados, periodicamente, processos seletivos para vagas regionalizadas conforme a necessidade de cada projeto. Desde 2006, o programa fez seis processos seletivos e qualificou quase 90 mil profissionais.
Com qualificação, o problema pode ser, de fato, sanado. Após o Prominp, a empregabilidade vai de 32,8% para 67,1%. No Senac RJ, 85%.