A Petrobras deverá assinar na primeira quinzena de maio com o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), do grupo Keppel FELS, de Cingapura, os primeiros contratos para a construção no Brasil de 28 sondas com capacidade para perfurar 3 mil metros de profundidade.
A informação é do gerente para Implementação de Unidade de Empreendimento de Unidade de Perfuração Marítima e de Construção Naval, Reginaldo Sarcinelli.
As sondas visam a exploração do pré-sal da bacia de Santos e fazem parte de um pacote licitado no ano passado e vencido pela Sete Brasil e a Ocean Rig. A Sete Brasil ficou responsável pela construção de 21 unidades - além de sete que havia conseguido no ano anterior - e a Ocean Rig por cinco.
As obras serão espalhadas pelos estaleiros brasileiros, alguns ainda virtuais.
Sarcinelli explicou que o Brasfels é o estaleiro que tem hoje mais condições de iniciar a construção das unidades e vai receber a encomenda de seis sondas.
O estaleiro Ecovix, da Engevix, no Rio Grande do Sul, também está em fase adiantada, disse Sarcinelli, sem saber quando será assinado o contrato para a construção de 3 sondas no local.
"Nossa expectativa é que consiga no transcorrer de maio assinar os contratos, estamos fazendo avaliação dos estaleiros individualmente para ver o nível de amadurecimento de cada um deles", explicou.
Já o EAS (Estaleiro Atlântico Sul), em Pernambuco, que está atrasado em quase dois anos para a entrega de um navio para a Transpetro (João Cândido), braço de transporte da Petrobras, ainda não tem previsão sobre a construção das sete sondas encomendadas em um primeiro pacote pela Petrobras.
"No caso do EAS, eles tem sete sondas de um contrato assinado em junho do ano passado e até agora não fizeram nada", disse o executivo.
Ele informou que o EAS, de propriedade da Camargo Corrêa e da Queiroz Galvão, que há dois meses desfizeram uma sociedade com a sul-coreana Samsung, conseguiu fechar uma parceria com a norueguesa LMG para fazer os projetos das sondas, mas ainda busca um parceiro tecnológico para substituir a sócia sul-coreano.
"Eles estão dentro do prazo de 48 meses que demos para todas as sondas, mas já perderam um ano, não dá para dizer hoje se terá atraso nessa entrega", avaliou o executivo.
Segundo Sarcinelli, a Petrobras não está negociando pedido de atraso com nenhum dos parceiros previstos para construção de suas sondas.
Fonte: Folha de São Paulo