Petrobras recusa contratação de tecnólogos
Em editais de concursos, empresa diz não aceitar esse tipo de profissional. Medida já é alvo de ações civis públicas contra ‘discriminação’
Em editais de concursos, empresa diz não aceitar esse tipo de profissional. Medida já é alvo de ações civis públicas contra ‘discriminação’
Por Simone Harnik
Embora as perspectivas para o tecnólogo em petróleo e gás sejam promissoras, a Petrobras, uma das principais empresas com potencial de oferecimento de empregos, restringe a atuação desse profissional. A disputa já foi parar até na Justiça, em ações civis públicas. “A Petrobras insiste em não aceitar tecnólogos de forma explícita, em seus editais de concursos”, afirma o diretor do Sindicato dos Tecnólogos do Estado de São Paulo, Décio Moreira. “Isso se reflete, de uma certa maneira, nas empresas que trabalham para a Petrobras. Há notícias de empresas que não contratam, porque a Petrobras não aceita os tecnólogos”, afirma.
A empresa justifica, por meio de sua assessoria de imprensa, que “avalia que os profissionais com título de bacharel, por possuírem uma formação mais completa, são aqueles que atendem plenamente às exigências inerentes às atividades da Petrobras. O plano de cargos da Petrobras prevê a contratação de profissionais de nível médio e nível superior para preenchimento dos cargos, não inclui tecnólogos”. “Nós temos uma ação civil pública contra a Petrobras pela discriminação. A empresa tem toda a liberdade de contratar o profissional que deseja. A Petrobras, que é referência nacional, afeta na imagem do profissional”, diz Moreira.
“Essa é uma questão bastante negativa para os alunos. Muitos têm o sonho de fazer concurso para a Petrobras. Isso baixa até mesmo a auto-estima dos universitários”, afirma Gladstone Peixoto Moraes, professor do curso de tecnólogo em petróleo e gás do Centro Federal de Educação Tecnológica de Campos (Cefe-Campos), em Macaé, no Rio de Janeiro. “O Cefet tem conversado com o Ministério da Educação, mas não há abertura com a Petrobras.”
Exigência de registro - Conforme o cargo exercido, o tecnólogo pode precisar de registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). Se estiver enquadrado em funções industriais, o profissional terá de providenciar seu cadastramento no órgão. Já funções gerenciais, por exemplo, não têm esse pré-requisito. Os salários iniciais para os recém-formados no curso giram em torno de R$ 2 mil, segundo Moraes. Com experiência e anos na carreira, a remuneração pode alcançar os R$ 6 mil. Fonte: (Portal G1)
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