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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ROV na Indústria do Petróleo



ROV é a inicial de Remote Operated Vehicle. Não existe tradução oficial no Brasil, mas esta poderia se dar como Veículo Operado Remotamente, ou de Veículo Operação Remota.
Trata-se de um mini-submarino, não tripulado, cuja finalidade principal é de apoio à operações de poços de petróleo. O ROV é muito usado também em pesquisas submarinas em geral, inclusive busca a destroços e pesquisa arqueológica embaixo d´água etc.

O primeiro ROV  (veículo submarino operado remotamente) foi desenvolvido em 1950, pelo francês de nome russo, Dimitri Rebikot, e sua primeira aplicação foi em arqueologia subaquática.

Na industria do petróleo é usado principalmente na operação de poços, manifolds, posicionamento, construção e inspeção, acompanhamento do trabalho de mergulhadores etc.
O ROV é composto por câmeras de televisão ligadas à uma estrutura metálica que pode-se movimentar graças à hélices ligadas à motores elétricos ou hidráulicos. O equipamento possui flutuador, braços que podem fazer movimentoquase como se fosse um braço humano.
Para que possa ser operado da superfície de navios ou plataformas submarinas, o ROV dispõe de computadores, cujos sinais são multiplexados entre a superfície e o veículo no fundo do mar. Normalmente são necessários piloto e co-piloto para as operações. Enquanto o piloto controla o veículo, o co-piloto cuida da operação dos braços, comunicação com a ponte de comando do navio ou plataforma, registro dos dados da operação etc.
Nos dias atuais é impossível extrair-se petróleo do fundo do mar sem essa ferramenta. O ROV tem múltiplas finalidades, desde a pesquisa e prospecção passando pela exploração e até na produção do ouro negro.
Os equipamentos para a exploração e produção de petróleo já foram adaptados para serem instalados e operados por ROVs. Para isso o ROV usa ferramentas projetadas exclusivamente para atuarem como interfaces entre o operador na superfície e o equipamento no fundo do mar.
Os ROVs usados na indústria do petróleo atualmente, conseguem trabalhar em profundidades de 3.000 m (três mil metros)ou mais. No Brasil já se perfura nessa profundidade.
Entre os sistemas que fazem parte de um ROV, podemos citar as lâmpadas, resistentes a grandes profundidades. Elas são necessárias porque em profundidades maiores que trezentos metros, a luz do sol não consegue penetrar, mesmo em dia ensolarado, com sol a pino.
Outro sistema embarcado no ROV é o SONAR. Sigla de língua inglesa que quer dizer "SOund Navagation And Ranging" e é um aparelho que é dividido em duas partes principais. A primeira é uma espécie de antena fica no veículo ou ROV . Sua finalidade é transmitir e receber o som numa freqüência inaudível ao ser humano. O som viaja e ao encontrar um alvo reflete de volta a mesma antena que capta este sinal, amplifica e transmite a superfície para que possa ser lido e interpretado pelo piloto no console de controle. A outra parte do sonar é justamente esta unidade da superfície onde o sial é recebido e transformado em imagem no monitor do piloto.
Com o passar do tempo o pilot ganha experiência suficiente para interpretar os sinais que aparecem no monitor do sonar e saberá dizer com precisão que tipode estrutura tem na sua frente, antes mesmo que possa visualizar através das câmeras.
A maioria dos ROVs possuem braços manipuláveis para que se possa agarrar objetos, operar válvulas e quase todas as operações que o mergulhador faria em águas mais rasas. Por falar nisso, é bom lembrar que o mergulhador profissional, mesmo saturado para trabalhos em profundidade, só poderá trabalhar até trezentos metros. Lembramos, ainda, que a maioria dos grandes poços produtores atualmente está localizado em profundidades maiores que oitocentos metros.
Os ROVs podem ser divididos em duas grandes classes: ROV de observação (observation ROV) e ROV de trabalho (work class). Os ROVs de observação são, geralmente, menores que um metro cúbico e não dispõem de braços. Basicamente são câmeras que se movimentam operadas da superfície. Os ROVs de trabalho, porém, são maiores, em torno de dois metros de altura por três de comprimento. Geralmente estes veículos chegam a pesar mais de três toneladas. Estes ROVs possuem braços e podem carregar uma grande quantidade de ferramentas para intervenções nos poços e equipamentos submarinos.
Hoje em dia, onde a exploração do petróleo ocorre, principalmente, em águas profundas, o ROV tornou-se ferramenta imprescindível.
Enquanto o campo de trabalho do mergulhador encolheu, o uso do ROVs cresce exponencialmente à medida que se vai buscar o ouro negro em lâminas d'água cada vez maiores.
Como se prepara um piloto de ROV?
Para se iniciar neste campo de trabalho é necessário um curso técnico ou de engenharia nas áreas mecânica, eletrônica, mecatrônica, eletricidade ou áreas correlatas. Também já existe a especialização em robótica submarina em escolas como a RRC consultoria, em Macaé RJ.
O candidato também deve ter um inglês no mínimo intermediário para poder lidar com as situações de trabalho e a manutenção do equipamento. Afinal é o piloto que faz a manutenção do ROV. Aqui o nosso trabalho não é igual ao da aviação, onde existem mecânicos e pilotos, no ROV todo piloto é responsável pela manutenção também.
O inglês é importante porque pode-se trabalhar em plataformas estrangeiras mesmo estando no Brasil. Muitas vezes os supervisores ou colegas de trabalho também são estrangeiros e não falam o português. Os manuais também são todos em língua inglesa, já que a grande maioria são importados.
Com o curso técnico ou de engenharia e o registro no CREA, o candidato deve procurar as empresas de ROV para enviar os seus currículos. Note-se que existem dezenas de vagas abertas no Brasil ou no exterior. As empresas estrangeiras, porém, só contratam se o candidato apresentar pelos menos dois a três anos de experiência na área.
Ao ser contratado o funcionário passará por uma série de treinamentos que incluem cursos de ROV em geral, bem como específicos para o modelo de veículo em que vai trabalhar. Este treinamento deverá incluir aulas de pilotagem em simuladores, manutenção nos laboratórios de hidráulica e eletrônica na base de operações.
Ao ser considerado pronto pelo departamento de instrução o funcionário trainee será enviado para uma das unidades da empresa em uma plataforma ou navio. Muitas vezes ele ainda não fará parte da equipe de trabalho, sendo apenas um aprendiz ou "trainee", como chamamos em inglês.
Neste estágio o funcionário novato vai observar os pilotos mais antigos operarem o veículo, desde o lançamento até a volta do ROV ao convés do navio.
Como já foi dito, são muitas as operações que podem ser realizadas utilizando-se o ROV. Na industria do petróleo podemos citar: Acompanhar operações de perfuração, instalação de equipamentos em geral, lançamento de amarras, inspeção de linhas condutoras de petróleo, gás ou linhas de comando (survey) etc.
Para o lançamento do ROV, o sistema possui um frame que o suspende e um guincho com o cabo que vai desenrolando à medida que o veículo vai sendo lançado. Este cabo, que chamamos de umbilical, possui em seu interior as fibras óticas que conduzem a telemetria. Tem também em seu interior os cabos de potencia, cabos coaxiais etc.
Atualmente, os ROVs mais modernos, possuem fibras óticas que são responsáveis tanto pela transmissão de dados como também pelo vídeo das câmeras instaladas.
Ao chegar na profundidade de trabalho o piloto que foi responsável pelo lançamento receberá a ordem do piloto no controle de parar o guincho. Geralmente paramos em uma profundidade em que o ROV fique entre 20 a cinqüenta metros do leito marinho.
Ao receber a ordem do controle de operações para se dirigir ao local de trabalho, o piloto comandará a abertura das travas do sistema de gerenciamento do umbilical do ROV para que possa pilotá-lo até o destino. Temos, portanto, dois umbilicais no sistema de ROV. O primeiro que fica enrolado no guincho, no deck do navio ou plataforma. O segundo que fica enrolado no sistema de gerenciamento, junto ao ROV no fundo do mar.
Neste momento o piloto se orienta pelo sonar para localizar o alvo que ainda não está visível pelas câmeras do ROV. Alguns navios possuem sistemas de posicionamento que mostram a posição exata do veículo no fundo. Para que isto seja possível o ROV dispõe de um transponder submarino que transmite pulsos através da água e são captados pelo hidrofone localizado na parte inferior submersado navio.

O autor no painel de controle de um ROV modelo SCV 3000.
O autor ao lado do ROV modelo SCV 3000 da Oceaneering Este veículo possui 100 Hps de potencia e pode atingir 3000 m de profundidade de trabalho.
Sistema de lançamento do ROV Hydra 310 note que este sistema só usa o tether, não tem guincho com umbilical de arames de aço.
Mini ROV "AC ROV" modelo SP50 produzido em Portugal pela ROV World Lda. Capacidade até 75 m de profundidade Note que todo o sistema cabe numa maleta.
ROV Work Class magnum fabricado pela Oceaneering nos EUA. Este veículo possui 75 HP de potencia e pode ir a 3000 m de profundidade.
Fonte:  MARCOS VALÉRIO COSTA SILVA
Apresentação do autor: Supervisor de ROV, atuando neste ramo a mais de vinte anos. Trabalhei treze anos no Brasil para a empresa Acergy e estou a oito anos no exterior trabalhando para minha atual empresa: Oceaneering International AG.Também sou Advogado a quatro anos fazendo especialização em Direito Corporativo no IBMEC-RJ.

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