A Caterpillar lançou nacionalmente, na última quarta-feira (14), o grupo de geradores série 3500 de propulsão diesel elétrica, com potências que variam de 1360 a 2250 ekW. A solenidade de lançamento, que aconteceu na fábrica da companhia, em Piracicaba, São Paulo, reuniu representantes de empresas, portos e estaleiros, além de autoridades como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, o deputado federal, Antônio Carlos de Mendes Thame e o deputado estadual Roberto Moraes.
O evento marcou a entrega dos primeiros grupos de geradores, e de acordo com o presidente da Carterpillar Brasil, Luiz Carlos Calil, também oficializou o investimento de R$ 180 milhões em São Paulo, com a modernização da planta de Piracicaba, valor que chegará a "R$ 200 milhões até o final de 2012".
"A indústria de petróleo e gás vai dar um novo impulso para a indústria paulista", afirmou o governador, Geraldo Alckmin. "Já temos gás do pré-sal correndo no gasoduto de São Paulo ao Rio de Janeiro, e isso é mais um motivo de comemoração", completou. O governador também afirmou que a pauta do governo prevê que a hidrovia Tietê-Paraná chegue até Piracicaba, o que desafogará a malha rodoviária.
A nova família de geradores da Caterpillar será totalmente voltada para o mercado nacional, e sua aplicação é em rebocadores, armadores, embarcações de carga e plataformas petrolíferas offshore.
"Nossa capacidade máxima de produção, que inicialmente é de um turno, é de 250 unidades por ano. Não estamos fechados para exportar essas máquinas, mas nosso foco principal é atender as demandas da Petrobras no pré-sal", afirmou o gerente de Vendas da empresa para o Brasil, Carlos Roberto Lima.
A nova série é a única do mercado que possui conteúdo nacional de 64%. "Essa tecnologia que estamos desenvolvendo aqui é a mesma que a empresa utiliza no mercado global. É eficiente, com sistema eletrônico e baixa emissão. Ela atende aos nossos parceiros e clientes do setor marítimo e de petróleo pelo conteúdo nacional, que está acima de 60%", afirmou Luiz Pustiglione, MEC e gerente territorial para navegação interior e Costa Leste da América.
"Os componentes nacionalizados incluem a grande parte estrutural, onde o motor e geradores estão localizados. O gerador é da VEG, uma importante fornecedora brasileira parceira da empresa. Existem outros componentes que também vêm do Brasil, além disso a montagem e testes, comissionamento e serviços dos revendedores, desde a embarcação são feitos aqui", afirmou o gerente de Produtos do segmento marítmo da Caterpillar, David Dunlevy.
"Embora o produto Caterpillar seja integrado, em torno de 40% das máquinas e equipamentos que produzimos nesta fábrica são atendidas por motores com significativa nacionalização" disse o presidente da Caterpillar Brasil, Luiz Carlos Calil, complementando que a empresa trabalha "progressivamente para aumentar o índice de nacionalização dos produtos".
A empresa aumentou em 5% a quantidade de mão de obra na fábrica de Piracicaba, onde há dez anos tinha entre dois mil e dois mil e quinhentos funconários. Com o crescimento da produção dos produtos, atualmente a planta agrega cerca de seis mil funcionários. "Eu prefiro tratar Piracicaba como uma unidade com város potenciais de crescimento. É evidente que com o pré-sal, algumas iniciativas e estudos que estamos desenvolvendo, tudo dependerá da demanda, certamente estaremos aumentando a mão de obra aqui. Outros produtos relacionados com a área petrolífera trazem um grau maior de dificuldade para conteúdo local, mas são trabalhos que terão acordos para viabilizar essa progressão", afirmou Calil.
De acordo com os executivos, os geradores já estão sendo vendidos para os principais clientes - nacionais e internacionais - que prestam serviços para a exploração do pré-sal, além de estaleiros, armadores e portos. Os distribuidores, que operam no Brasil, trabalham através das licitações que acontecem no mercado. "Hoje, em média, a Petrobras lança duas licitações para o setor marítimo por ano, basicamente para embarcações do tipo OSV, que engloba a gama de exploração do pré-sal. Ela [a Petrobras] não é o cliente final, mas é quem gerencia a demanda por esse tipo de produto para exploração do pré-sal nacional. Também atendemos a demanda do pós-sal, plataformas, rebocadores portuários e cargueiros", disse Lima.
Para cada embarcação há uma demanda diferente de quantidade de geradores. As plataformas de exploração de petróleo, por exemplo, que exigem máquinas maiores, necessitam um número que parte de oito motores; já embarcações de apoio offshore, do tipo PSV, necessitam de quatro unidades por embarcação; rebocadores necessitam de dois ou quatro produtos, depende do projeto.
De acordo com o presidente da Caterpillar para o Brasil, a empresa está preparada para concorrências, inclusive a chinesa, mantendo uma estratégia de diferenciação dos produtos, que passa pelo desenho da manufatura, trabalho na cadeia de fornecimento e desenvolvimento de novos fornecedores, o que eleva as possibilidades de competição. "Estamos totalmente preparados para concorrencias. E apesar de não haver muita concorrência no mercado de motores, estamos presentes na Ásia, com 17 fábricas na China, além de vendemos para estaleiros chineses. Também desenvolvemos projetos para o Canal do Panamá e outros projetos mundiais", afirmou, completando que 70% das oportunidades de negócios da empresa estão em países emergentes.
Fonte: TN Petróleo
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