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domingo, 4 de março de 2012

O desafio de superar a saudade numa plataforma de petróleo


A plataforma Cidade Angra dos Reis, no Campo de Tupi, Bacia de Santos (RJ) - Foto: Stéferson Faria/Agência de Notícias Petrobras

Trabalhar numa plataforma petrolífera como a unidade Cidade de Angra dos Reis, que entrará em operação nesta quinta-feira (28/10) no litoral do Rio de Janeiro, é um exercício constante de reinvenção dos costumes, referências pessoais e familiares, noção de tempo e espaço. Mas sobretudo é um desafio de superação de um sentimento comum a todos: a saudade. A nova plataforma brasileira, que chegou ao País há um mês, conta hoje com 120 trabalhadores. Eles ficam 15 dias embarcados e folgam outros 15, e têm uma rotina diária que exige disciplina, treinamento e comprometimento, mas principalmente o companheirismo para superar a saudade quando ela aperta.
É o que afirma Emanuel Oliveira, enfermeiro que trabalha no pequeno hospital equipado da embarcação. A unidade está preparada para prestar todo tipo de atendimento, diz ele, até os casos de saudade: “Aqui somos uma família. Muitas vezes o nosso atendimento é uma conversa, uma palavra amiga.” A maioria sente falta da família. O gerente operacional da Petrobras, Humberto Americano, trabalha embarcado há 24 anos e diz que essa falta é combatida com a convivência amistosa entre os colegas. Ele lembra de um caso em que seus filhos, quando pequenos, chegaram a tramar para que faltasse ao trabalho. “Meus filhos sumiram com a chave de casa pra eu não sair para trabalhar, eles não queriam que eu fosse embarcar”, lembra, emocionado.
O mergulhador José Danilo diz que a saudade é uma grande “amargura” que enfrenta com muito exercício físico e as opções de lazer existentes na plataforma – TV, internet e livros. É um dos que mais torce para que a prometida academia de ginástica da embarcação fique pronta o quanto antes.
Já o Mestre de Cabotagem Eraclides Santos, responsável pela manutenção da segurança pessoal e ambiental, está feliz com o que o mar tem a oferecer: tranquilidade, paz, baleias e golfinhos. Ele é apaixonado pela vida que leva e diz que para afastar a saudade quando ela chega, basta olhar para o belo cartão postal natural que tem para todos os lados. “O mar é uma paixão. A gente escolhe essa atividade exatamente para estar em contato com o que a gente gosta”, afirma. “O mar nos traz todos os dias uma coisa nova, uma situação nova. A gente trabalha, faz o que gosta, mas com essa maravilha que é estar aqui, vivendo nesse oceano, no nosso Brasil tão bonito, tão rico, isso dá prazer.”
Para trabalhar em uma embarcação, há uma seleção rigorosa. Luiz Carlos Mendes, gerente ativo de produção senior, é um dos responsáveis por escolher os que vão para alto mar. Ele explica que a pessoa precisa ter um perfil específico e com disponibilidade para se dedicar em tempo integral. Para os que escolhem essa profissão, há vantagens. Os salários são maiores que os do pessoal de terra, há seguro de vida e outros benefícios. A grande desvantagem, admite, é o afastamento da família e amigos. “Para trabalhar aqui, é necessário que essas pessoas tenham um perfil voltado para a área operacional. A pessoa tem que gostar dessa atividade, desse ritmo de vida, porque não tem horário, essas pessoas estão aqui tempo integral à disposição da empresa e às necessidades do trabalho”, diz Mendes.
A plataforma Cidade de Angra dos Reis está ligada a nove poços do pré-sal da Bacia de Campos e será a unidade produtora do Sistema Piloto de Tupi. Quando estiver em pleno funcionamento, no ano que vem, ela produzirá 100 mil barris por dia e 4 milhões de metros cúbicos de gás.

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