ENCONTRO A presidente Dilma Rousseff deve facilitar o entendimento com o presidente Barack Obama, durante visita que ela fará aos Estados Unidos, entre os dias 9 a 11 de abril, sobre uma possível diminuição a dependência do petróleo dos Estados Unidos ao Oriente Médio e da Venezuela. Um dos principais assuntos do encontro será dedicado à área de energia. Em todo o roteiro, Dilma Rousseff levará a pressão de empresários por acordos que fortaleçam os negócios e facilitem as exportações. Além disso, usará de seu prestígio para atrair atenção para a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, em junho.
PETRÓLEO Em entrevista ao NN, o ex-embaixador do Brasil na Inglaterra (1994-1999) e nos Estados Unidos (1999-2004) e ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Rubens Antônio Barbosa, acredita que o tema petróleo já entrou na agenda dos dois países durante a visita de Obama ao Brasil em março de 2011. “O petróleo é hoje o principal produto de exportação do Brasil para os EUA e deverá continuar a sê-lo nos próximos anos. A estabilidade política no Brasil e as grandes reservas do pré-sal tornarão a parceria do Brasil com os EUA estratégica do ponto de vista americano, no contexto de uma menor dependência do fornecimento de petróleo do Oriente Médio e da Venezuela”, diz Rubens.
TEMAS Para o ex-embaixador dos EUA, a energia em geral, inclusive biocombustivel para aviação, ocuparão um lugar de realce na agenda presidencial. Segundo Rubens, esses tópicos, junto com a situação no Oriente Médio e as questões relacionados com o cancelamento do contrato de fornecimento de aviões da Embraer para o Pentágono e a aquisição de caças para a Defesa também estão entre os temas principais da agenda do encontro de abril. Questionado se o presidente dos EUA iria pedir apoio do Brasil no encontro, Rubens acredita que, não só o conflito Israel-Palestina, mas a situação na Síria e no Irã (e no norte da Africa) estarão entre os principais temas a serem tratados na agenda diplomática. “É possível que os EUA peçam o apoio do Brasil, mas acho que a presidente Dilma irá reafirmar a posição brasileira de respaldo à negociação, antes da solução armada, da responsabilidade ao proteger e irá tambem manifestar duvidas quanto a legalidade de ataque preventivos, sem autorização expressa do Conselho de Segurança da ONU”, concluiu.
BARREIRAS Na avaliação do ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Miguel Jorge, esse também é um bom momento para o Brasil voltar a negociar a redução das barreiras impostas pelos EUA a produtos brasileiros, como o suco de laranja. No fim de janeiro, as exportações brasileiras de suco de laranja foram suspensas depois que os EUA detectaram a presença do fungicida carbendazim.
Fonte: NN
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