PRÉ-SAL Com o advento do pré-sal, a produção de petróleo no Brasil vai crescer exponencialmente e, junto com ela, deve aumentar também a incidência de vazamentos de óleo e de outros acidentes. O primeiro derrame de óleo do pré-sal, em fevereiro, deu mostras do desafio: desenvolver equipamentos resistentes às condições extremas da nova fronteira petrolífera para operar sob altíssima pressão e baixas temperaturas. A camada do pré-sal está entre 5.000 e 8.000 metros de profundidade. Antes dela, a exploração de petróleo no fundo do mar era feita em profundidade média de 3.500 metros, na bacia de Campos.
CONTINGÊNCIA Em entrevista ao NN sobre como o Brasil pode se preparar para impedir vazamentos do pré-sal, o professor e engenheiro Alexandre Guimarães, disse que as lições aprendidas com a explosão da plataforma da BP, no Golfo do México, em abril de 2010, foram absorvidas pelas empresas de diversos países, aproveitando o acidente para rever ou confirmar políticas de emergência. Mas que “diferente dos outros países, o Brasil, quase dois anos depois, não traçou um plano estruturado”. Segundo o professor, o Plano Nacional de Contingência (PNC) é uma alternativa que, se implementada, deverá preocupar-se com todas as etapas da cadeia produtiva e capacitação dos envolvidos. A principal preocupação deve estar nas garantias técnicas de uma boa solução, não apenas nas penalidades a serem aplicadas após desastre.
GARAGALOS Para Alexandre, um dos gargalos da falta de fiscalização e imprudência das companhias de petróleo é a falta de mão de obra qualificada, visto que muitas das ocorrências são de origens em falhas de operação. “Além de campanhas institucionais que demonstrem suas ações de forma transparente e verdadeira à população, cabe também ao poder público, efetivamente, estruturar um PNC capaz de criar um ambiente seguro de operação, sem se preocupar somente com as ações punitivas e financeiras, com ganhos políticos agregados” afirmou.
VAZAMENTO O professor, contudo, acredita que novos vazamentos ocorrerão por conta do aumento da atividade propiciada pela exploração do pré-sal. “Assistiremos o aproveitamento político destas ocorrências sem ações coordenadas que evitem novos acidentes”. Para Alexandre Guimarães, apesar das empresas investirem em sistemas de segurança cada vez mais precisos e sofisticados, observa-se que a velocidade de capacitação das pessoas que operam tais sistemas não corresponde as necessidades, de tal forma que com o crescimento da exploração, aumentarão os riscos de novos vazamentos.
“Assistiremos o aproveitamento político destas ocorrências sem ações coordenadas que evitem novos acidentes”.
Professor e Engenheiro Alexandre Guimarães
Professor e Engenheiro Alexandre Guimarães
Fonte: NN
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