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sábado, 28 de abril de 2012

Petrobras sofre com paradas em plataformas e incidentes




RIO DE JANEIRO - A Petrobras deverá registrar queda na produção de petróleo no Brasil em março, por conta de incidentes ocorridos em Frade, onde a estatal é sócia da Chevron, e também com paradas não-programadas de plataformas ao longo do mês, segundo analistas e integrantes da indústria.
A Petrobras, que tem participação de 30 por cento do campo operado pela norte-americana, onde a produção foi suspensa em meados de março, ainda não divulgou o total produzido no mês passado.
A estatal apresentou uma performance relativamente boa em janeiro e fevereiro, com o bombeamento de petróleo em volumes próximos da meta de 2,1 milhões de barris diários de 2011 --no primeiro mês de 2012, a estatal produziu o segundo maior volume de sua história no país (2,110 milhões b/d) , enquanto no mês seguinte bombeou 2,098 milhões de barris.
Mas a suspensão da produção em Frade em março por conta de um novo vazamento teve impacto no resultado mensal da estatal.
O campo de Frade chegou a atingir 73 mil barris por dia, o que tornou a Chevron a segunda maior operadora do país, atrás apenas da própria Petrobras.
Além de Frade, ocorreram paradas não-programadas em plataformas da estatal para a manutenção, o que irá agravar o cenário, segundo especialistas ouvidos pela Reuters.
Contatada, a Petrobras não comentou o assunto.
Em relatório enviado a clientes, o banco Itaú afirma que "a produção em março deverá cair sequencialmente devido às paradas para manutenção e com o derramamento de óleo em Frade".
O analista da Ativa Corretora, Ricardo Corrêa, concorda que haverá queda em março e não acredita em recuperação da produção no curto prazo.
"Não esperamos um aumento de produção no primeiro semestre. Um pequeno acréscimo deverá ocorrer apenas no próximo ano e volumes relevantes somente em 2014 e 2015", disse o analista.
PLATAFORMAS
Não só vazamentos e paradas deverão complicar a produção de petróleo pela Petrobras. Atrasos na entrega de equipamentos por parte de estaleiros também são um problema para a empresa, segundo analistas.
O Credit Suisse disse em relatório que "vê a cadeia de abastecimento do setor de petróleo no Brasil como um gargalo importante para a Petrobras para cumprir suas metas de produção."
Segundo o banco, "há um aperto em sondas de perfuração, estaleiros, e no mercado de mão-de-obra". O documento completa: "O crescimento da produção de petróleo pela estatal está cada vez mais difícil este ano."
Houve atraso na entrega da plataforma P-55, cuja previsão inicial era de inicio das operações neste ano, mas agora a expectativa é que comece a produzir no início de 2013.
A P-55 tem capacidade de extração de 180 mil barris por dia quando atingir sua operação plena, no campo de Roncador (bacia de Campos).
O Credit Suisse afirma que, além do atraso da P-55, há problemas de prazo com a plataforma P-62 (adiada para 2014), com outros três outros projetos de menor dimensão (Baleia Azul, Siri e Marimba, reprogramados para 2015), e também há problemas com a FPSO (espécie de plataforma flutuante) Cidade de São Paulo, anteriormente programada para começar no final de 2012, cujo início da produção só deverá ocorrer apenas em janeiro de 2013.
"Embora a Petrobras não confirme as razões da demora da entrega da FPSO Cidade de São Paulo, a mídia afirma que o estaleiro Brasfels está atrasando a entrega.

Fonte: Reuters

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