terça-feira, 22 de maio de 2012
Portugal e Espanha oferecem mão-de-obra ao Brasil
Em função da carência de mão-de-obra qualificada (técnicos e engenheiros) no Brasil, Portugal e Espanha colocam à disposição do governo brasileiro cerca de 400 profissionais altamente qualificados, além de universidades, associação e entidades sindicais, conforme disse ao MONITOR MERCANTIL o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval), Ariovaldo Santana Rocha, para quem essa disponibilidade não significa que o país esteja preparado para recebê-los.
"Em algum momento isso vai chegar ao governo federal que tomará essa decisão. Mas, ainda não tem nada definido. Espanhóis e portugueses, sem dúvida, pelo que passam em suas economias, onde o desemprego é grande (Espanha 25% e Portugal 14%). Então essa mão-de-obra qualificada talvez esteja prospectando lugares para sobreviver como aconteceu no Brasil há duas décadas, onde o pessoal foi para os Estados Unidos e outros países", disse, acrescentando que o Brasil está se preparando para recebê-los ou buscar no mercado interno.
O presidente do Sinaval também elogiou a iniciativa do governo do Estado do Rio de Janeiro de criar um pólo de navipeças. Segundo ele, o Estado do Rio é o pai e a mãe da construção naval brasileira. "Com essa iniciativa o Estado do Rio está saindo na frente, oferecendo essa possibilidade ao setor de navipeças dentro ou perto do construtor. Só tenho que agradecer e dizer que mais uma vez que o Rio saiu na frente", ressaltou, lembrando que o setor de navipeças também carência de mão-de-obra qualificada.
"Para se ter noção, foram dez anos de preparação na Coréia e 20 anos para chegar ao ponto que eles (coreanos) estão. Nós estamos há oito anos, com praticamente duas décadas desativadas. As áreas de óleo e gás e a cadeira de engenharia formavam poucos profissionais. Isso hoje está mudando. Há um número maior de alunos, acadêmicos para o segmento. Mas, há ainda uma carência de mão-de-obra. E não é só no setor de construção naval. A Marinha Mercante brasileira também tem uma deficiência. O governo federal está empenhado em dar o apoio para desenvolver o setor. Não só o apoio dá a vara e até o peixe. Nós consideramos isso positivo".
Quanto à pressão que a presidente da Petrobras, Graça Foster, juntamente com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, estão fazendo junto ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS) para que apresente um parceiro tecnológico de alto nível, o executivo Rocha disse não saber nada sobre o assunto. No entanto, frisou que o EAS está bem avançado em termos tecnológicos e estão negociando com alguns parceiros. "Eles (EAS) vão ter um parceiro de alto nível. Tanto é que já tem um parceiro para a construção de sondas, que é a Monitova e a LGM. E estão se preparando para ter um parceiro para a construção de navios".
Fonte: Monitor Mercantil/Marcelo Bernardes
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