RIO - A Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai exigir que as petroleiras estrangeiras que atuam no Brasil passem a ter as suas equipes de decisões importantes, como em casos de acidentes, instaladas no Brasil. A informação foi dada no início da noite desta terça-feira pela diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, ao explicar que a exigência já deverá constar no relatório final com as penalidades que serão impostas à americana Chevron pelo vazamento de petróleo ocorrido em novembro do ano passado no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Magda criticou o fato de que, naquela ocasião, a Chevron demorou vários dias para tomar algumas decisões importantes para conter o vazamento.
- Uma das coisas que estou fazendo questão, é que as empresas estrangeiras tenham um escritório no Brasil capaz de decidir. Não podem demorar três dias para aprovar algum plano de emergência depois do acidente - afirmou Magda, que participou à tarde do lançamento do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores elaborado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), no Rio.
Chevron será multada por vazamento
A diretora da ANP disse que o relatório conclusivo sobre o acidente da Chevron já está concluído e, neste momento, a agência trabalha em conjunto com outros órgãos como o Ibama e o Ministério Público, para a tomada de decisões e a adoção de ações em conjunto. A diretora não quis adiantar mais detalhes, mas garantiu que será cobrada multa à companhia americana pelo vazamento, entre outras punições. Apesa de não querer antecipar as decisões que serão anunciadas em relação à Chevron, disse que a ANP quer usar a companhia americana como um exemplo para outras companhias.
- Queremos transformar a Chevron num exemplo de conduta de uma empresa de petróleo no Brasil. Uma empresa de padrão irretocável - disse Chambriard.
Segundo a executiva, o vazamento das gotículos de petróleo que vinham ocorrendo ao longo dos últimos meses praticamente terminaram. Mas isso, contudo, não significa que a ANP já vá autorizar a Chevron a voltar a produzir petróleo no Campo de Frade ou a perfurar novos poços.
- Voltar a perfurar e a produzir é mais complicado. Para isso, tem que explicar à ANP o que eles (Chevron) vão fazer para mitigar. E para isso é preciso é reconhecer o problema. Essa parte ainda não foi integralmente reconhecida - afirmou Magda.
Referindo-se a uma publicação no exterior na qual afirma que a Chevron teria sido massacrada por causa do acidente no Campo de Frade, Magda disse não ser verdade:
- No caso da Petrobras, parei nove plataformas de produção e perfuração em um ano e meio. Se tivesse feito isso com a Chevron (...) Fui muito mais dura com a Petrobras do que com a Chevron.
Fonte: Yahoo Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário