País triplicou produção científica desde 2000 e hoje é 13º no ranking
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Um dos grandes desafios na área de ciência para o Brasil é transformar o conhecimento em valor tangível. O país é o 13 maior produtor de conhecimento científico do mundo, segundo a base de dados Scopus: teve 48.515 artigos publicados em 2011, 2,39% da produção no mundo. Em patentes registradas no Departamento de Patentes dos EUA (USPTO, na sigla em inglês), no entanto, o Brasil está em 30 lugar, com 2.831 registros desde 1965. Para que o país atinja, nos próximos 20 anos, uma posição compatível com a quinta ou sexta maior economia do mundo, dizem representantes das principais instituições do setor, é preciso aprovar a destinação de parte do Fundo Social do pré-sal para ciência e tecnologia.
Presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix acredita - enfatizando que é uma avaliação pessoal - que o país poderá dobrar o volume de artigos científicos, além de diversificar a produção, atualmente concentrada nas ciências agrárias. Nos últimos dez anos, a produção mais do que triplicou; era de 13.376 em 2000.
- A nanotecnologia, optrônica (que mistura eletrônica e fibras óticas) são os principais campos a serem estimulados - afirma Arbix.
A próxima etapa na produção de artigos deve ser dar um salto em qualidade, diz o geneticista Sérgio Danilo Pena.
- Somos apenas o 24 em citações bibliográficas. Infelizmente o futuro da ciência aqui ainda depende de quem é o ministro da pasta e a sua capacidade de convencer a Presidência da República de que ciência, tecnologia e inovação são os principais elementos de competitividade econômica no cenário mundial.
Para alcançar a meta de multiplicar por dez o número de patentes, diz o vice-diretor da Coppe-UFRJ, Aquilino Senra, o Brasil deve demorar 20 anos.
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, pede redução da burocracia na compra de equipamentos e insumos.
- Não há como ser competitivo em tecnologia se o pesquisador aqui precisa esperar meses para conseguir um reagente que em outros países se consegue em poucas horas, com um telefonema.
O país tem condições de aumentar o número de pesquisadores dos atuais 138,6 mil, segundo dados do IBGE para 450 mil em 2022, diz o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis. E, se forem criados incentivos para as empresas, ele também vê a possibilidade de ampliar o investimento público e privado em ciência e tecnologia para 3% do PIB em 2032. Hoje, é 1,1%.
Fonte: O Globo
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