Pesquisa aponta os desafios enfrentados pelo segmento
NNpetro - Júlia Moura
O Brasil volta a ser rota de investimentos na área de petróleo e gás, principalmente, depois do anúncio das datas para leilão de novos blocos exploratórios, mas enfrenta desconforto quando o assunto é escassez de mão de obra qualificada e impasses regulatórios e ambientais. Dois pontos levantados pelo estudo global da Accenture, empresa de consultoria, divulgado nesta quarta-feira (03) como os principais desafios do setor.
A indústria energética demandará o investimento de US$ 38 trilhões em projetos globais até 2035, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). O estudo, que aborda o planejamento para a implantação de projetos de capital na indústria energética, estima que o orçamento exceda este valor em 13%, cerca de US$ 5 trilhões. Do total de investimentos previstos, aproximadamente US$ 20 trilhões serão para o segmento de petróleo e gás natural no mundo.
De acordo com o consultor de energia da Accenture, Guilherme Pinheiro, a análise de grandes projetos apenas pela competência técnica e econômica já não são suficientes. “As empresas devem estar atentas para que nenhuma questão regulatória, principalmente, ambiental, atrase o planejamento e, por consequência, a entrega do projeto. É fundamental que as companhias realizem com antecedência estudos de competência técnica, econômica, ambiental e inclusão social”, avalia Pinheiro.
Desafios
Os aspectos regulatórios e as questões ambientais são os principais pontos de atenção para as empresas que estão instaladas no Brasil e apontam para uma nova necessidade de aprimoramento. O trabalho revela que, entre os principais desafios para a conclusão das iniciativas, 49% dos entrevistados citaram as necessidades regulatórias e 25% as habilidades da mão de obra.
O atual cenário brasileiro, segundo a Accenture, mostra que as grandes obras de infraestrutura com data de entrega até o fim desta década estão com atrasos de mais de 50 meses. Para Pinheiro, o Brasil tem uma agenda ampla de investimento em infraestrutura para o setor nos próximos anos e esse é o momento do país adotar as melhores práticas, garantindo a eficiência da implementação dos projetos e conclusão no prazo das iniciativas previstas.
O levantamento foi feito a partir da entrevista com 61 executivos de 21 países, incluindo o Brasil, que atuam no segmento de petróleo e gás e respondem por projetos de pelo menos US$ 1 bilhão.
O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de petróleo e Gás Natural (Prominp) aponta que até 2014, o setor irá demandar 200 mil postos de trabalho. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a previsão para a perfuração de poços no Brasil até o final do ano é de 739 poços, 439 já foram perfurados e estão previstos mais 300.
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