Rio das Ostras não para de crescer. Após fechar o Censo 2010 com uma população de 105.757 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o próprio órgão já projeta um salto para mais de 200 mil em 2017, o dobro do número de pessoas da cidade, atualmente. Prestes a completar apenas 20 anos de idade, o município é um exemplo do desenvolvimento robusto que o petróleo pode proporcionar.
“Rio das Ostras não pediu para crescer”, diz a secretária Municipal de Desenvolvimento, Negócios e Petróleo, Kátia Brandão. Segundo ela, a cidade estava no meio de um turbilhão e ficou sujeita ao crescimento, independente de vontade ou plano. O cenário ao qual se refere a secretária é a proximidade de Rio das Ostras a Macaé, considerada a capital brasileira do petróleo, setor cuja pujança econômica envolve um grande contingente de força de trabalho.
Nesse sentido, Rio das Ostras já nasceu com uma administração voltada aos desafios constantes de infraestrutura, de modo a atender às necessidades da população que nunca parou de aumentar. “A cadeia de petróleo acabou alavancando todo o crescimento do município em outras áreas, como comércio e serviços, porque a cidade cresceu muito”, analisa Kátia. “Isso foi um ciclo, uma espiral”, diz.
A reboque do boom habitacional na cidade, veio o incremento do setor imobiliário. Assim como outros municípios como Itaboraí, recorrentemente citado como exemplo de crescimento graças ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Rio das Ostras convive com um mercado imobiliário altamente aquecido, afirma a secretária municipal.
“Muitas empreiteras estão fazendo altos investimentos em todos os níveis, desde o mais popular como o Minha Casa, Minha Vida, até condomínios de luxo”, diz Kátia. Toda essa oferta encontra a demanda no fato de que muitas pessoas estão buscando a cidade para fixar residência e facilitar o deslocamento para empresas tanto de Macáe, quanto da própria Rio das Ostras, especialmente da Zona Especial de Negócios (Zen).
A Zen de Rio das Ostras é um complexo industrial que agrega inúmeras empresas em um espaço de mais de 1 milhão de metros quadrados (m²). Agora, a prefeitura está investindo R$ 1,625 milhão em desapropriação de novas áreas para a construção da Nova Zen, que vai somar mais 325 mil m² à zona de negócios – com autorização para mais 300 mil m².
Hoje, já há 56 concessões feitas para empresas na Zen, com 35 operando. As outras 21 estão em fase de construção, implementação e apresentação de projeto. Ao final desse processo, serão cerca de 70 empresas nessa área, 95% delas do setor de óleo & gás, com geração de 5.200 empregos diretos e cerca de 2.000 indiretos – com dados de dezembro, fornecidos pela prefeitura. "A grande mobilização das empresas do setor não é só pelo incentivo fiscal mas também pela Zen, que é um local preparado, com infraestrutura e uma posição estratégica, que é no Parque de Tubos, próximo a Macaé”, explica Kátia, sobre a região onde há uma base da Petrobras.
Arrecadação imprescindível
A secretária Municipal de Desenvolvimento, Negócios e Petróleo admite que Rio das Ostras é uma cidade que não poderia crescer no patamar que está se não tivesse os recursos dos royalties. Agora, com a ameaça de mudança no modelo de repasse da arrecadação da exploração de petróleo, que aguarda votação no Congresso, Kátia afirma que não se pode conceber um município que dê sustentação aos serviços públicos sem esse recurso.
“É questão de entender que Rio das Ostras não tem o mesmo significado no processo de desenvolvimento econômico que tem uma cidade do interior do Sergipe, ou de qualquer outro estado”, compara Kátia. O município fluminense recebeu um repasse de cerca de R$ 15 milhões em janeiro de 2012. “Essa lei é absolutamente cega, que não consegue enxergar o Brasil que o Brasil tem. Estão esquecendo de entender que a população mora nos municípios. Os royalties são imprescindíveis”, conclui.
Fonte: NN
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