A Petrobras recebe este mês a primeira sonda que será dedicada exclusivamente a campanhas exploratórias no offshore da Bacia de Sergipe-Alagoas. O navio sonda Deepsea Metro II, da Odfjell Drilling, é a prova da aposta do E&P da petroleira na nova fronteira exploratória descoberta em águas profundas da bacia com o prospecto Barra (1-BRSA-851-SES), no bloco BM-SEAL-11.
Operadora única do offshore da bacia, a Petrobras projeta para este ano a perfuração de seis poços exploratórios no chamado Polígono de Águas Profundas – que engloba os blocos BM-SEAL-4 e BM-SEAL-10, além do próprio BM-SEAL-11. Outros seis poços serão feitos no projeto de revitalização dos campos de Camorim, Guaricema e Dourado, todos em águas rasas.
A descoberta de Barra realmente tem movimentado os técnicos da petroleira em direção às águas profundas da região, processo iniciado com o campo de Piranema, declarado comercial em 2004. O poço pioneiro foi perfurado em lâmina d’água de 2.311 m, a 58 km da costa de Sergipe. O trabalho demandou aporte de US$ 40 milhões.
A comprovação da descoberta ocorreu por meio de perfilagem e amostragem (líquidos e gases) de fluido em teste de formação a poço revestido. Foram confirmadas excelentes condições de porosidade dos reservatórios em profundidade de cerca de 5.050 m e 5.400 m. No intervalo superior foi constatado condensado e óleo leve de excelente qualidade, em torno de 43º API, e no intervalo inferior, verificou-se a ocorrência de óleo com 32º API.
As informações obtidas até o momento ainda não foram suficientes para definir os volumes recuperáveis, mas a Petrobras garante que a descoberta corresponde a uma nova província petrolífera em Sergipe-Alagoas. Segundo a companhia, os reservatórios identificados são semelhantes aos da seção marinha da Bacia de Campos.
O Deepsea Metro II deve participar da campanha de delimitação de Barra. Afretado ao custo total de US$ 531 milhões – taxa diária de cerca de US$ 481 mil –, o navio-sonda da Odfjell foi construído no estaleiro Hyundai, na Coreia do Sul. Em meados do mês passado a embarcação estava fundeada próximo à entrada da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, entre as ilhas Pai e Mãe, para depois ser deslocada até Sergipe, numa viagem que deve durar de três a quatro dias.
Cinco sondas para SEAL
Com toda a área de águas profundas coberta com sísmica 3D, a Área de Exploração da Unidade Operacional de Sergipe Alagoas (UO-SEAL) da Petrobras foca agora seu trabalho nas campanhas de perfuração. A meta é estar com cinco sondas operando na bacia no segundo semestre, superando a capacidade instalada no Espírito Santo, por exemplo.
Atualmente a Petrobras perfura três poços na bacia, sendo dois no BM-SEAL-10 e um no BM-SEAL-11. As campanhas são feitas pelas sondas SC Lancer, da Schahin, DS Carolina, da Petroserv, e Petrobras 10.000, da própria empresa. O navio-sonda DS Carolina (NS-29) foi o último deles a receber anuência do Ibama, no fim de dezembro passado.
No último ano, a Petrobras perfurou um poço em cada bloco do Polígono de Águas Profundas. O primeiro furo, feito no BM-SEAL-10, indicou a presença de óleo. O segundo, no BM-SEAL-11, a presença de gás natural e condensado. “O modelo geológico testado nos deu segurança. A descoberta abre uma enorme perspectiva para áreas em Sergipe”, comenta o gerente-geral da UO-SEAL, Eugênio Dezen.
Toda a logística de apoio para as campanhas está sendo feita no Aeroporto de Santa Maria, em Aracaju, e a partir do Terminal Marítimo de Inácio Barbosa (TMIB), em Barra dos Coqueiros. A Petrobras chegou a operar seu apoio portuário para Sergipe a partir da base de Imbetiba, em Macaé, mas desde meados do ano passado já opera na região.
Fonte: Revista Brasil Energia
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