O ínfimo desenvolvimento de bacias sedimentares, de Norte a Sul do Brasil, revela grande potencial inexplorado de gás natural
As reservas gigantes de petróleo da camada do pré-sal sequer entraram em amplo desenvolvimento e o setor já pode estar diante de uma nova fronteira exploratória no Brasil. Agora, de gás natural. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, o país possui 29 bacias sedimentares com as mesmas características de outras regiões do mundo que apresentam grande potencial de gás natural. E apenas 4% destas bacias foram leiloadas pela ANP.
Em uma séria de notícias publicadas pelo NN, durante a cobertura da última edição do Rio Gas Forum, executivos do setor de gás natural presentes na conferência deixaram transparecer expectativa de aumento na produção no país. Na época, o superintende da ANP e geólogo, Marcelo Castilho, confirmou que a Agência investira US$ 311 milhões para preparar as 19 bacias sedimentares para leilão.
Segundo o jornal O Globo, o ministro de Minas e Energia Edison Lobão disse, em entrevista, que este potencial inexplorado pode representar a autossuficiência do país em gás natural nos próximos cinco anos. Em levantamento realizado pelo jornal, dados apontam que em áreas do interior dos pais, como Mato Grosso (bacia do Parecis) e Minas Gerais (Bacia do São Francisco), o gás natural chega a borbulhar do solo (processo de exsudação). A concentração permite, inclusive, a combustão do gás.
Segundo informações do Globo, o desenvolvimento destas áreas é capaz de aumentar 360% a produção de gás no país, de 65 mi para 300 milhões de metros cúbicos, por dia, até 2027. A oferta deverá ajudar a estabilizar o preço do combustível no país. Atualmente, o gás custa, em média, US$ 16,84 por milhão de BTU, 17,3% mais caro frente à média mundial – com o avanço na produção de gás de xisto, os EUA, por exemplo, produzem o gás a US$ 2 por mi de BTU, enquanto no Brasil o custo gira em trono de US$ 8 por milhões de BTU.
Potencial para gás no pré-sal não convence executivo
Em relação à exploração de gás na camada pré-sal, o setor mostra-se mais desconfiado. Além da necessidade de reinjetar o gás no poço para desenvolver a extração de óleo, a real quantidade gás natural no pré-sal ainda é uma incógnita para o vice-presidente Comercial do BG Brasil, Marcelo Menicucci. Durante o Rio Gas Forum, o executivo disse ter “dúvidas sobre a quantidade de gás disponível” nos campos.
Foto: Produção de gás de xisto nos EUA (reprodução).
Fonte: NN
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