Companhia dinamarquesa cresce nas áreas de petróleo e gás e tenta recuperar rentabilidade no mercado de armadores.
O dinamarquês Robbert Van Trooijen morou no Brasil na década de 1990, atuando na área de transporte marítimo.
De volta em 2011, no comando dos negócios da Maersk Line, armadora do grupo dinamarquês A.P Moller-Maersk, ele afirma que nunca imaginaria ver carros coreanos e chineses circulando pelo país.
Por isso, hoje não duvida que mesmo os sérios gargalos de infraestrutura serão resolvidos em pouco tempo. Esse otimismo está alinhado com os investimentos do grupo no país. "O Brasil é um dos poucos países que tem todas as unidades de negócios da empresa", diz.
O grupo dinamarquês está investindo US$ 8,3 bilhões na América Latina nas áreas de portos logística e petróleo. Mas a maior parte dos recursos, US$6,5 bilhões, têm como destino o mercado brasileiro.
Só Trooijen é responsável por US$ 2,2 bilhões que estão sendo aplicados na construção de 16 navios de carga, adaptados às especificidades dos portos brasileiros, que não têm profundidade suficiente para receber os navios convencionais da companhia.
No ano passado, oito embarcações Sammax (South American Max), com capacidade de transporte de 7.500 TEUs (o que equivale a 7,5 mil contêineres de vinte pés, ou 6 metros de comprimento). Os outros navios chegam até o fim de 2013.
Trooijen afirma que apesar dos investimentos, a área de transporte marítimo vem passando por uma queda de rentabilidade em todo o mundo. "Acredito que chegou o momento dos armadores participarem mais do crescimento no Brasil", afirma o executivo.
Por isso, paralelamente aos aportes, a empresa está aumentando em 30% o valor dos fretes e estuda cancelar duas rotas deficitárias no país. A Maersk Line vem sendo afetada pelo aumento do preço do barril do petróleo, que teve alta de 14,7% no primeiro trimestre para US$ 122,9.
Segundo cálculos da empresa, no entanto, os preços dos combustíveis subiram 250% em cinco anos, enquanto as tarifas praticadas tiveram queda de 10% no período, por conta da disputa no mercado.
O grupo fechou o primeiro trimestre com prejuízo mundial de US$ 599 milhões na unidade de transporte marítimo.
Por isso, vai repetir a estratégia de aumentar tarifas e rever rotas em outros mercados. A companhia espera que os negócios fechem 2012 com resultado negativo ou, no máximo, no zero a zero, segundo balanço do período. No Brasil, Trooijen garante que vai reverter o cenário.
Fonte: Brasil Econômico
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