RIO - Não é a exigência de conteúdo local nas encomendas de materiais e equipamentos que está provocando atrasos nos investimentos da Petrobras. O presidente da Organização Nacional da Indústria de Petróleo (Onip), Eloi Fernandez Y Fernandez, garantiu que a indústria tem conseguido atender as encomendas feitas pelo setor petrolífero, especialmente da Petrobras, com os percentuais de nacionalização nos equipamentos exigidos, sem problemas.
- Com certeza não é o conteúdo local que está entravando os investimentos da Petrobras. A indústria brasileira é madura e está atendendo plenamente as demandas de conteúdo local com eficiência. A Petrobras está com muitas encomendas no exterior com entrega atrasada - garantiu Eloi Fernandez.
O executivo falou se referindo às notícias de que o governo federal estaria pensando em flexibilizar a exigência de índices de nacionalização nas encomendas da Petrobras, que chegam a 55%, para que a estatal possa acelerar seu programa de investimentos, como uma forma de colaborar para a retomada do crescimento da economia do brasileira.
A Petrobras não quis comentar o assunto, mas uma fonte técnica lembrou que boa parte de equipamentos que estão com sua entrega atrasada e, com isso, atrasam seus projetos, foram encomendados ao exterior. As doze sondas contratadas no mercado internacional para perfuração de poços no pré-sal estão com um atraso médio de um ano e meio para entrega, além de diversas embarcações também estarem atrasadas.
O presidente da Onip lembrou que as empresas estrangeiras de modo geral estão enfrentando dificuldades de ter capital de risco, por causa da escassez de recursos provocada pela crise mundial, o que faz com que tenham dificuldades na execução das encomendas.
Mas, apesar de todas as dificuldades no primeiro trimestre do ano a Petrobras investiu R$ 18 bilhões, representando um aumento de 14% em relação aos 15,8 bilhões investidos em igual período do ano passado. No ano passado os investimentos totais da companhia foram de R$ 72,5 bilhões, 5% a menos do que os R$ 76,4 bilhões aplicados no ano anterior. Esse volume médio de investimentos está inferior ao montante necessáio para a estatal cumprir seu programa de investimentos de US$ 224,7 bilhões de 2011/15. Para cumprir essa meta a companhia teria que estar investindo em torno cerca de R$ 90 bilhões por ano.
Fonte: Agência Estado
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