javascript:; F Petróleo Infonet: Petrobras terá novo programa para melhorar produtividade

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Petrobras terá novo programa para melhorar produtividade

Petrobras terá novo programa para melhorar produtividade


Medida será anunciada na segunda quinzena de novembro. Empresa quer evitar o recuo na eficiência operacional como a que ocorreu na Bacia de Campos.
A Petrobras ligou o sinal de alerta para a queda da produção de campos maduros. A empresa registrou um recuo de 4,4% na extração do mineral no mês de setembro no País devido a paradas programadas mais extensas que o previsto. Para contornar o problema, a empresa já tem planejado um novo programa para aumentar a eficiência de poços mais antigos, nos moldes do que já aplica na Bacia de Campos. A empresa ainda não divulgou as metas, mas disse que, se não trabalhar agora no aumento da eficiência, os poços da chamada Unidade Operacional Rio de Janeiro (UO-RJ), apresentará, em dois anos, a mesma queda de produtividade que Campos, onde já conseguiu um retorno de R$ 350 milhões nos três meses em que as medidas vêm sendo aplicadas.
Segundo a estatal, foram produzidos no Brasil, 1, 843 milhões de barris exclusivamente de petróleo por dia (bpd), uma redução de 4,4% em relação a agosto. O diretor de Exploração e Produção da estatal, José Formigli explicou que as paradas programadas da P-52 no campo de Roncador e P-19 no campo de Marlim, iniciadas em agosto, foram os principais motivos para o desempenho negativo, o menor desde 2008. Já a produção de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior, ficou, em média, em pouco mais de 2,470 milhões de barris de óleo equivalente por dia. No Brasil, a produção média de foi de 2,222 milhões boe por dia, indicando uma redução de 3,7% com relação a agosto. Apesar desse recuo a diretoria da estatal afirma que a produção deverá ficar na casa de 2,022 milhões de barris ao dia, podendo variar 2% para mais ou para menos.
“O declínio da produção como um todo está alinhado com o que existe nas melhores praticas das empresas no mundo todo. Um índice adequado é de 14% e em Campos está em 11%, estamos com declínio que está sendo contrabalançado com poços novos”, disse o executivo. O navio-plataforma FPSO Cidade de Anchieta, no campo de Baleia Azul, litoral do Espírito Santo, é uma dessas novas unidades, tem capacidade para produzir até 100 mil bpd quando atingir o seu pico nos próximos meses.
A justificativa da estatal para adotar um novo plano de melhoria de eficiência de produção tem como base os resultados apurados com a mesma medida nos poços mais antigos da Bacia de Campos. De acordo com a estatal. Os investimentos nesse programa já somam quase US$ 500 milhões e o retorno em receita adicional já alcançou US$ 350 milhões, sendo que a expectativa é de alcançar retorno entre US$ 1,5 a US$ 3,3 bilhões.
“Anunciaremos o programa em 19 de novembro, mas não será da mesma magnitude de Campos. Porém, se não nos preocupássemos agora, em menos de dois anos poderíamos ter a mesma queda de eficiência da Bacia de Campos”, disse Formigli. O Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef) foi anunciado em julho deste ano e a meta é de elevar a produtividade dos atuais 71% para 90% em 2016.
Recursos
Essa é mais uma forma de a estatal buscar recursos para bancar seu audacioso plano de investimentos para o período entre 2012 a 2016, que é de US$ 236,5 bilhões. Além dessa busca de elevar a receita, a empresa quer receber os cerca de R$ 3 bilhões devidos pelas empresas da também estatal Eletrobras. Essa dívida tem por origem o fornecimento de combustível, predominantemente óleo, que a subsidiária da Petrobras, BR Distribuidora enviou a distribuidoras da Região Norte para geração termoelétrica.
No terceiro trimestre, explicou o diretor-financeiro e de Relações com Investidores, Almir Guilherme Barbassa, a empresa recebeu R$ 1,7 bilhão dessas distribuidoras. Além disso, a companhia liberou outros R$ 5 bilhões em títulos que era obrigada a manter como garantia de uma dívida com seu fundo de pensão Petros. “Todos os recursos foram diretamente para o caixa da companhia”, comemorou o executivo.
Barbassa também citou o programa de desinvestimento que a estatal vem implementando desde o ano passado, como forma de obter recursos para o plano de negócios. Ele disse que a empresa manterá a aplicação desse plano e até situou ativos na África como alguns que podem entrar nesse programa.
“Temos expectativa de realizar o plano que está desenhado em um período que não será tão longo”, indicou Barbassa. “A empresa está com liquidez alta, pois temos os efeitos do pagamento das elétricas com impacto em outubro e no final de setembro houve a captação na Europa, isso nos dá tempo para esse desinvestimento que está dentro do esperado”, acrescentou ele.
Um reajuste de combustíveis não foi descartado pelo executivo, que, durante a coletiva de resultados da Petrobras, disse que o assunto está em discussão na diretoria, mas que não há nenhuma data para a aplicação de um aumento de preços. “Há diversas variáveis para analisar como o câmbio e o preço do petróleo no mercado internacional que não repassamos de imediato”, concluiu.
Fonte: Panorama Brasil por (Maurício Godoi)

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