Reportagem da revista britânica 'The Economist' desta semana traz uma análise da gestão de Graça Foster na presidência da Petrobras. A estatal, de acordo com a matéria, agora entende que precisa concentrar seus esforços na extração de petróleo, para só assim conseguir receita suficiente para criar empregos em refinarias e redes de distribuição de combustível.
A 'Economist' cita frases da executiva que nada lembram a postura populista de seu antecessor, José Sérgio Gabrielli. "A Petrobras não acredita que o desenvolvimento do país seja o seu foco de atuação. Nem todo projeto que é bom para o país será executado, pois nem todos são economicamente viáveis", afirmou.
Graça vem tentando implantar um choque de gestão, segundo a Economist, para que a empresa volte a dar resultados. Em agosto, a estatal anunciou seu primeiro prejuízo trimestral em treze anos. As mudanças, nas palavras da presidente, estão sendo feitas em quatro partes e já são conhecidas pelo mercado: venda de ativos no exterior; metas individuais de desempenho para cada plataforma e gestor; melhoria nos controles de custo; e manutenção aprimorada. A executiva contou que, até o final de 2012, cada funcionário receberá uma carta assinada por ela mostrando as metas de cortes de custo.
O teste crucial para verificar se Graça está se submetendo ou não a desmandos políticos será o aumento do preço da gasolina, diz a Economist. Desde 2006, o governo federal vem impedindo a flutuação dos preços do combustível no país, a despeito das oscilações nas cotações internacionais, como forma de evitar um aumento maior da inflação. Por outro lado, a medida intervencionista tem afetado fortemente os resultados da empresa.
Se Graça conseguir negociar com o Palácio do Planalto um aumento do preço da gasolina, será um sinal positivo de que o intervencionismo está sendo vencido, aponta a revista.
Fonte: Veja
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